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Analistas aplaudem estratégia da Galp

Os analistas realçam o corte do investimento anunciado pela companhia, numa apresentação que não trouxe grandes surpresas em termos de estimativas. O BPI subiu o preço-alvo. As acções seguem a ganhar mais de 2%.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
16 de Março de 2016 às 10:02
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A Galp Energia apresentou as suas prioridades estratégicas para os próximos anos. Os especialistas realçam o potencial de crescimento dos projectos de exploração e a robustez da actividade de refinação e distribuição, destacando, porém, o corte do investimento anunciado pela petrolífera. Ainda assim, os analistas não esperam uma revisão em alta das projecções para os resultados da empresa.

A Galp Energia realizou esta terça-feira, 15 de Março, o seu Dia do Investidor, num encontro onde delineou a sua estratégia para os próximos anos. A companhia comprometeu-se em manter um dividendo estável, adiantando ainda que prevê reduzir o investimento em 15% até 2020.

A apresentação realizada pela companhia não trouxe, porém, grandes surpresas para os analistas do BPI e do Haitong. O corte do investimento para um intervalo entre mil milhões de euros e 1,2 mil milhões de euros e as perspectivas para a política de remuneração accionista mereceram maior atenção por parte dos analistas.

Numa nota onde melhorou a avaliação para as acções de 11,80 para 12,15 euros e a recomendação de "reduzir" para "neutral", o BPI diz que as principais diferenças em relação às suas estimativas no corte do investimento referem-se a Moçambique, cujas previsões o banco de investimento baixou após as novas estimativas da petrolífera. Os analistas adiantam ainda que vêem espaço para maiores rotações de activos, sobretudo na divisão de "marketing".

"O corte no capex e a média de aumento de 3% do EBITDA entre 2016 e 2020 justificam a melhoria de 0,35 euros no nosso preço-alvo", justifica o banco de investimento. "O potencial de crescimento do ‘upstream’ (exploração e produção), um resiliente ‘downstream’ (refinação e distribuição), foco na disciplina financeira e potencial rotação de activos levaram-nos a melhorar a recomendação para ‘neutral’", conclui o BPI.

Já o Haitong refere que "a maioria dos ‘targets’ para a produção e EBITDA estão de um modo geral alinhados com as nossas previsões mas o orçamento para o capex (investimento) de entre mil e 1,2 mil milhões de euros por ano está abaixo da nossa estimativa de 1,4 mil milhões de euros para os próximos cinco anos".

Na opinião do mesmo banco de investimento, esta diferença poderá ser justificada por alguns atrasos em alguns projectos de exploração no Brasil, bem como "um investimento menor que o esperado para Moçambique".

"Ao nível do EBITDA, a ligeiramente menor contribuição da exploração e produção face às nossas estimativas devido aos atrasos nestes dois projectos é totalmente compensada pela visão mais positiva da Galp no ‘outlook’ para os seus activos de refinação", acrescentam os especialistas.

Em termos gerais, o Haitong destaca que a mensagem é "tranquilizadora", mas não deverá levar a nenhuma melhoria do consenso do mercado para os resultados, pelo que o evento não deverá desencadear uma reacção mais significativa no mercado.

As acções da Galp sobem 2,43% para 10,94 euros, num dia em que a bolsa lisboeta lidera os ganhos na Europa.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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