Notícia
Galp cortou no investimento porque perfurar poços é agora mais rápido e mais barato
A queda do preço do petróleo levou a que estejam mais equipamentos disponíveis no mercado devido ao corte nos investimentos das petrolíferas. Já perfurar um poço exploratório demora hoje metade do tempo: de 100 dias passou para 45.
A Galp Energia reduziu em 15% a sua meta de investimento até 2020. Dos 1,2 mil milhões de euros a 1,4 mil milhões antes previstos, a companhia espera agora investir entre mil milhões de euros a 1,2 mil milhões entre 2016 e 2020. Mas porque é que a petrolífera decidiu reduzir os investimentos? A razão é simples: porque perfurar poços, uma das actividades principais da Galp, é hoje mais barato do que no passado.
"Mais de metade do nosso investimento é perfurar poços e completar poços e criar infra-estrutura debaixo do mar. Isto é 55% do 'capex'", explicou o administrador da Galp, Filipe Silva, esta terça-feira, 15 de Março, no "Capital Markets Day" da empresa, realizado em Londres.
Por um lado, o número de dias que "leva a fazer um poço está a cair a pique". Por outro lado, o "custo diário que se paga a esses fornecedores também está a cair muito", afirmou o gestor com a pasta financeira da companhia.
"A maior componente do nosso 'capex' está a ficar muito mais barata, pela conjugação de velocidade de execução mais o preço único por dia", apontou o mesmo responsável.
Actualmente, existem muitos equipamentos disponíveis no mercado para a pesquisa e produção petrolífera. O preço diário para alugar uma sonda caiu dos 560 mil dólares para os 260 mil dólares actuais. A razão para esta queda está relacionada com a "quebra do preço do petróleo", o que provocou um excesso de oferta destes equipamentos no mercado devido à "desaceleração dos investimentos", afirmou Filipe Silva.