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Na semana do mínimo histórico e da maior subida de sempre, o BES perdeu 13%

Foi a primeira semana de Vítor Bento como presidente executivo do Banco Espírito Santo. As acções voltaram a cair. Mas menos do que na semana anterior.

Duarte Roriz/Correio da Manhã
18 de Julho de 2014 às 16:51
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Foi mais uma semana atribulada para o Banco Espírito Santo. E mais uma semana em que perdeu valor em bolsa. Ainda assim, o deslize dos últimos cinco dias foi menos de metade do que o registado na semana anterior.

 

O banco terminou a sessão desta sexta-feira, 18 de Julho, nos 0,42 euros. Foi uma valorização de 0,24% no fecho da sessão que permitiu o fecho positivo. O que contrariou a tendência da semana, em que acumulou uma desvalorização de 13% face aos 0,481 euros a que terminou a semana anterior.

 

Esta foi a primeira semana do BES sob a liderança de Vítor Bento, o gestor "independente" e "credível" - o perfil pedido pelo Banco de Portugal - que foi proposto e cooptado pela família Espírito Santo e pelo Crédit Agricole, os dois principais accionistas do banco.

 

E, apesar do desempenho negativo na sua semana de estreia, as acções caíram muito menos do que o que tinham resvalado na semana anterior, quando recuaram 36%. No início de Julho, as acções do banco então liderado por Ricardo Salgado estavam a negociar acima dos 0,70 euros.

 

A queda acentuada de valor, desencadeada pelos receios em torno das sociedades do Grupo Espírito Santo (algumas das quais preparam pedidos de protecção de credores no Luxemburgo, onde se situam as respectivas sedes), levou o BES a transaccionar, esta semana, em cotações nunca antes vistas. Estreou, pela primeira vez, a cotação nos 0,355 euros a meio da sessão de terça-feira, dia em que terminou nos 0,38 euros, inéditos num fecho. Um mínimo histórico registado numa sessão em que era proibido apostar na queda das acções ("short selling").

 

A maior subida depois de Carlos Costa

 

No dia seguinte, deu-se a maior subida de sempre. Um avanço de 19,74%. Carlos Costa foi o responsável. Na terça-feira à noite, Carlos Costa assegurou à TVI que "se algum capital adicional fosse necessário, por força de riscos que neste momento não estamos a ver, seguramente que há accionistas interessados em participar num aumento de capital do BES". O mesmo foi dito pelo governador do Banco de Portugal no Parlamento: "[há] interesses demonstrado por diversas entidades (fundos de investimento e bancos europeus) em assumir uma posição de referência no BES". O El Economista fala em contactos do regulador com vários bancos para medir o interesse no BES, incluindo o Santander.

 

Apesar de assegurar que o BES está "sólido" e que a solidez não está em causa, o Banco de Portugal ordenou-o a apresentar "medidas adicionais de recapitalização" "que acomodassem uma eventual insuficiência" resultante da avaliação abrangente à banca europeia que será feita pelo Banco Central Europeu. As palavras de Carlos Costa, no último dia da semana, só sustentaram um ganho de 0,24%, que se seguiu à quebra de 8% na quinta-feira.

 

A queda de quinta-feira deveu-se ao facto de a agência de notação financeira S&P ter cortado o "rating" do banco em dois níveis para o sexto nível de "lixo", depois de a sociedade do GES Rioforte ter falhado o pagamento de 847 milhões de euros em papel comercial à Portugal Telecom. O BES tem uma exposição superior a mil milhões de euros a sociedades do GES mas garante ter uma almofada de capital de 2,1 mil milhões de euros. Ou seja, mesmo que perdesse esse valor, cumpriria ainda os requisitos mínimos de capital.

 

Uma tensão chamada Angola

 

Mas o banco continua sob tensão nos mercados, daí que tenha caído em bolsa apesar da nova administração: Chama-se BES Angola. E só depois de resolvida a incerteza em torno desta filial, nomeadamente se haverá perdas da exposição do banco à unidade, é que o interesse de privados se poderá materializar, segundo Carlos Costa.

 

Neste momento, o BES já perdeu 55% da sua capitalização bolsista, actualmente fixada em 2.363 milhões de euros. 

  

(Notícia actualizada às 17h05 com mais informações; notícia corrigida às 17h19 com correcção da variação negativa semanal (13% e não 15%, como anteriormente indicado)

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