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Ajuda pública ao BES "só em último recurso"

A ministra das Finanças quis passar uma mensagem de tranquilidade sobre o BES. O banco está "capitalizado" e "nada" indica que precise de dinheiro público devido aos problemas do GES. A CGD também não está "ameaçada".

Bruno Simão
17 de Julho de 2014 às 21:40
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O Banco Espírito Santo está bem e só em "último recurso", e depois de se provar que é mesmo indispensável, é que poderá receber ajuda do Estado.


Esta foi uma das garantias deixadas pela ministra das Finanças, chamada pelo Bloco de Esquerda à comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública. Ao longo da audição desta quinta-feira, Maria Luís Albuquerque procurou minimizar os efeitos de eventuais dificuldades enfrentadas por sociedades do Grupo Espírito Santo, principal accionista do BES.


A governante disse que, antes de qualquer ajuda estatal - que assegurou não estar sequer a ser programada -, há dinheiro dos privados a injectar num eventual aumento de capital do BES, relembrando aquilo que foi dito esta semana pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.


Na sua intervenção, e em resposta ao deputado socialista João Galamba, Maria Luís Albuquerque admitiu que, no caso de ser necessária tal intervenção estatal, haverá uma "partilha de encargos", que reduzirá "a necessidade e a dimensão da intervenção pública". "Os accionistas e os credores subordinados (não garantidos) são chamados também, de uma forma que seja considerada proporcionada, a partilhar perdas", acrescentou. No entanto, para a ministra, esse cenário é improvável: "Nada da informação que temos indica que a recapitalização pública seja necessária".


Questionada sobre a situação do Grupo Espírito Santo, em que várias sociedades estarão perto de pedir protecção de credores, a ministra não se quis alongar, por se tratar de um grupo privado. "O Estado não vai intervir e não vai assumir perdas desse grupo [GES] em quaisquer circunstancias", frisou.

 

No entanto, a ministra não esquece que haverá efeitos na economia nacional. "Quando um grupo privado tem dificuldades não é benéfico para economia. E quanto maior for, maiores as consequências potencialmentre negativas", disse, pedindo para não se fazerem "cenários catastróficos".


Um dos efeitos de uma situação de incumprimento nas sociedades do GES será nos credores. E, aqui, encontra-se a Caixa Geral de Depósitos, que terá 300 milhões de euros aí investidos. "A solidez da CGD não está minimamente ameaçada".


Sobre o tema da audição requerida pelo Bloco de Esquerda ("nomeações para o BES"), Maria Luís Albuquerque especificou que não foi "perguntada, consultada ou ouvida" sobre as indicações de Vítor Bento, João Moreira Rato e Paulo Mota Pinto para a liderança da instituição financeira. "Nem tinha de ser". "Não tive qualquer influência nessa decisão dos convites que foram endereçados".

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