Depois de na primeira sessão desta semana, 8 de Dezembro, a praça bolsista grega ter encerrado a apreciar ligeiros 0,16%, nas restantes sessões a bolsa helénica acumulou fortes perdas.

Ainda na segunda-feira, o primeiro-ministro Antonis Samaras decidiu arriscar numa jogada política que tem tanto de arriscada como de desestabilizadora para a percepção dos mercados face à Grécia. Samaras anunciou que iria antecipar as eleições presidenciais, inicialmente previstas para Fevereiro, já para o próximo dia 17 deste mês.

A reacção dos mercados não se fez esperar e logo na terça-feira a bolsa da Grécia fechou a perder muito perto de 13%. Entre quarta e sexta-feira a tendência manteve-se, apesar de forma menos acentuada, e a bolsa grega seguiu a acumular perdas que, contabilizadas as últimas quatro sessões, somam uma desvalorização de 20,80%. Assim, nos últimos cinco dias a praça grega desvalorizou 20,67%.

Ainda assim, na sessão desta sexta-feira acabou mesmo por ceder somente 0,22%, isto num dia em que a generalidade das praças europeias fecharam a registar perdas superiores a 2%.

A eventual incapacidade de os partidos da maioria governativa conseguirem fazer eleger o seu candidato presidencial, Stavros Dimas, e, no caso de tal se confirmar, a possibilidade real de o partido de extrema-esquerda Syriza vencer as eleições legislativas, que teriam de ser antecipadas devido à não eleição de um presidente da República, deverá continuar a causar desconfiança dos mercados em relação ao futuro próximo da Grécia. Teme-se o regresso da indefinição política que marcou 2012.

A contribuir para a nuvem cinzenta que paira sobre Atenas estiveram também os juros da dívida grega que subiram em praticamente todas as maturidades ao longo dos últimos cinco dias.

No prazo a 10 anos, a taxa de juro exigida pelos investidores para adquirirem obrigações de dívida helénica seguem a crescer 6,4 pontos base para 9,147%, enquanto a 3 anos sobe 42,6 pontos para 11,127% e a 5 anos avança 3,8 pontos para 9,670%.