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Fernando Medina desmente números de Neeleman sobre avaliação da TAP
O ministro das Finanças confirmou que as contas da TAP em 2019 era negativas, contrariando os números divulgados por David Neeleman. Fernando Medina está a ser ouvido da comissão de inquérito à gestão da TAP.
Questionado pelo deputado do PCP, Bruno Dias, se era verdade que em 2015, quando Neeleman entrou para o capital da empresa, a TAP tinha capitais negativos de 512 milhões de euros e quando saiu a companhia estava avaliada em mil milhões de euros, Fernando Medina desmentiu esse valores. "Nesse ano [2019] teve uma situação líquida negativa", defendeu.
Os números referidos pelo deputado do PCP foram divulgados recentemente num artigo de opinião no Observador do antigo acionista da TAP, que venceu a privatização em 2015.
Falando ainda sobre a sustentabilidade finnceira da empresa, Fernando Medina defendeu que o facto de ter tido lucro em 2023 não significa que não tem de continuar a controlar os custos. "Discordo dos que dizem que a TAP, por ter resultados positivos, vê encerradas as dificuldades e significa que podemos voltar a um processo de menor controlo de custos operacionais. É um erro, seria deitar fora os esforços dos trabalhadores".
A proposta para avançar com a comissão de inquérito foi feita pelo Bloco de Esquerda e foi aprovada a 3 de fevereiro, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos, após ter sido noticiado que Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em Fevereiro de 2022.
As audições arrancaram a 29 de março com a Inspeção-Geral de Finanças. Fernando Medina fechou a ronda de 46 audições presenciais, sendo esperadas cerca de mais 10 por escrito, entre as quais David Neeleman. A votação do relatório final da CPI deverá ser a 13 de julho.