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Medina preferia não ter de demitir CEO da TAP. “Não foi uma reunião fácil para ambos”

O ministro das Finanças defendeu que a demissão de Christine Ourmières-Widener era “inevitável". Garantiu que a informou que a demissão seria por justa causa e deu-lhe oportunidade para apresentar renúncia para a proteger de danos reputacionais.

Bruno Colaço
16 de Junho de 2023 às 13:13
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Fernando Medina garante que a demissão de Christine Ourmières-Widener era "inevitável", face às conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) que considerou indevido o pagamento da indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis. E, ao contrário do que antiga CEO defendeu, garante que a informou que a alternativa ao se pedido de demissão seria a exoneração por justa causa.

"Durante o fim de semana li de forma profunda o relatório" que apontou culpas à antiga CEO e ao ex-chairman, Manuel Beja, por terem assinado o contrato da saída que incumpriu as regras do gestor público. No domingo, 5 de março, falou também com João Galamba sobre o tema, e garantiu que estavam em sintonia.

Face às conclusões, "tornou-se claro" que "era a única decisão que em responsabilidade  poderia tomar. Era a única saída possível. Aliás, muitos pediram, incluindo alguns nesta sala, que essa decisão fosse tomada. Mas sempre recusei sem saber se havia violação da lei ou não".

Questionado sobre a reunião que teve com Christine Ourmières-Widener a 5 de março, na véspera da conferência de imprensa onde anunciou o despedimento dos dois gestores por justa causa, começou por sublinhar que rejeita que tenha sido "secreta, como alguns têm apelidado". E referiu que preferia que não tivesse tido de tomar essa decisão e informá-la que não havia outra solução.

"Obviamente preferia não ter de tomar a decisão que estava a tomar, mas em consciência não podia tomar outra".  Quanto ao pedido que fez para a CEO se demitir, referiu que iria "aceitá-lo" de modo até a protegê-la face à alternativa que seria "mais danosa" em termos de danos reputacionais.

A proposta para avançar com a comissão de inquérito foi feita pelo Bloco de Esquerda e foi aprovada a 3 de fevereiro, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos, após ter sido noticiado que Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em Fevereiro de 2022.

As audições arrancaram a 29 de março com a Inspeção-Geral de Finanças. Fernando Medina fechou a ronda de 46 audições presenciais, sendo esperadas cerca de mais 10 por escrito, entre as quais David Neeleman. A votação do relatório final da CPI deverá ser a 13 de julho.


(Notícia atualizada às 14h50)
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