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Privatização prevê manutenção do hub em Lisboa e autonomia da TAP, diz Medina
O ministro das Finanças acusou ainda o PSD de, durante o inquérito, ter como objetivo causar a sua demissão. "Tinham a ideia peregrina de que, atingindo o ministro, atingiriam o Governo".
Fernando Medina garantiu que o processo de privatização da TAP vai ter como prioridade garantir os valores "estratégicos" para o país. Na audição na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, que durou mais de sete horas, não avançou com mais detalhes sobre o processo, que será levado a conselho de ministros até julho, como o Governo já tinha referido. Mas deixou algumas garantias.
"É evidente que os critérios fundamentais que vão residir no processo de privatização da TAP são de natureza estratégica do país, enquanto motor importante do crescimento económico de Portugal", referiu. Dentro dos valores "estratégicos" prioritários destacou a manutenção do hub em Lisboa e a manutenção de uma companhia aérea com autonomia própria".
No final da sua audição, que encerrou o rol de depoimentos presenciais da CPI, Medina acusou o PSD de, durante o inquérito, ter como objetivo causar a sua demissão. "Tinham a ideia peregrina de que, atingindo o ministro, atingiriam o Governo", atirou.
A proposta para avançar com a comissão de inquérito foi feita pelo Bloco de Esquerda e foi aprovada a 3 de fevereiro, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos, após ter sido noticiado que Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização de 500 mil euros quando saiu da TAP em fevereiro de 2022.
As audições arrancaram a 29 de março com a Inspeção-Geral de Finanças. Fernando Medina fechou a ronda de 46 audições presenciais, sendo esperadas cerca de mais 10 por escrito, entre as quais de David Neeleman. A votação do relatório final da CPI deverá ser a 13 de julho.