A Germanwings confirmou esta tarde, em conferência de imprensa, que o A320 que se despenhou no Sul dos Alpes Franceses transportava 144 passageiros – incluindo dois bebés – e seis tripulantes. Uma das caixas negras do avião já foi encontrada, informou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve. 

"O avião partiu de Barcelona às 10h01 (hora local) com destino a Düsseldorf. Estavam 144 passageiros a bordo, incluindo dois bebés, e seis membros da tripulação", informou o CEO da empresa, Thomas Winkelman. "Às 10h47 saiu da altitude de cruzeiro e começou a descer. Esta descida durou oito minutos. O contacto entre a aeronave e a torre de controlo terminou às 10h53. E aí, o avião despenhou-se".

As causas dessa perda de altitude estão, contudo, por apurar. "Ainda não podemos dizer porque é que o nosso colega decidiu baixar o avião tão rapidamente para uma altitude mais baixa", afirmou o CEO da Germanwings. "É muito importante que não nos envolvamos em especulações. Precisamos de saber o que aconteceu tão rapidamente quanto possível".

Sobre o alegado alerta de emergência emitido pelo piloto minutos antes do acidente, Winkelman esclarece que a própria companhia tem informações contraditórias, não sabendo se terá ou não existido esse sinal de alerta. "Nós próprios temos informações contraditórias do controlo de tráfego aéreo, e não temos a certeza se terá existido", esclareceu o responsável.

Segundo informações prestadas pelo CEO da empresa, a última inspecção de rotina à aeronave – com 24 anos - foi realizada ontem, 23 de Março, em Düsseldorf, por técnicos da Lufthansa. O piloto tinha 10 anos de experiência ao serviço da Lufthansa e da Germanwings e seis mil horas de voo.

"Os nossos pensamentos e orações vão para as vítimas. Em paralelo, vamos trabalhar com as autoridades para investigar e descobrir a causa do acidente o mais rápido possível", sublinhou Thomas Winkelman. "Quando soubermos o que correu mal tomaremos medidas para que nunca mais se repita".

As informações sobre as nacionalidades das vítimas só serão divulgadas quando a companhia considerar que o pode fazer "sem qualquer sombra de dúvida". Além disso, a informação não será pública "até que todos os familiares sejam informados".

Contudo, a Germanwings adiantou que, entre as vítimas, estarão 67 cidadãos alemães.

Thomas Winkelman disse ainda que apesar de ser um "dia triste" para a companhia aérea, pode sentir-se "orgulhoso" dos seus padrões de segurança. Segundo o CEO, a empresa vai continuar a voar "normalmente". 

Espanhóis, alemães e turcos entre as vítimas

Entre os 67 cidadãos alemães que constam da lista de passageiros, estão 16 estudantes adolescentes e dois professores da escola secundária Joseph-Koenig Gymnasium, da cidade de Haltern, no noroeste da Alemanha, que regressavam de um intercâmbio em Espanha. A informação foi confirmada por Bodo Klimpel, presidente do município. 

O Governo de Mariano Rajoy já informou que seguiam a bordo 45 cidadãos com apelido espanhol. Além dos passageiros de origem espanhola e alemã, o presidente francês François Hollande acredita que entre as vítimas estarão também cidadãos turcos, tendo já informado que não havia passageiros franceses no voo da Germanwings. Segundo o ministério francês dos Transportes, "não há sobreviventes".

O avião A320 que fazia a ligação entre Barcelona e Düsseldorf caiu esta manhã perto da localidade de Barcelonnette, numa zona de difícil acesso a mais de dois mil metros de altitude.

Um acidente que foi confirmado ainda durante a manhã pela Lufthansa. "A Lufthansa confirma que o voo 4U 9525 da Germanwings de Barcelona para Dusseldórfia teve um acidente nos Alpes franceses. O voo era operado num Airbus A320 e transportava 144 passageiros e seis membros da tripulação", informou a empresa, em comunicado. "Os nossos pensamentos e orações estão com as famílias e os amigos dos passageiros e dos membros da tripulação". 

Segundo avança a Reuters, que contactou a Direcção-Geral da Aviação Civil (DGAC) francesa, o avião da Germanwings não emitiu nenhum pedido de socorro na altura em que perdeu altitude.

De acordo com um porta-voz da DGAC, "a aeronave não emitiu um pedido de socorro, mas a combinação da perda de contacto por rádio com a descida da aeronave levou o controlador aéreo" a accionar o mais grave dos três estágios de alertas utilizados para ajudar a coordenar os esforços de resgate, quando uma aeronave se encontra em dificuldades.