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Acidente A320: Um dos pilotos estava fora do cockpit e não conseguiu voltar a entrar
O jornal norte-americano The New York Times avança, citando um militar envolvido na investigação ao acidente que provocou a queda do A320 da Germanwings no sul dos Alpes, que um dos pilotos não estava no cockpit e que, quando tentou regressar, deu com a porta trancada.
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Um investigador envolvido no apuramento das causas do acidente com o avião da Germanwings – subidiária low cost da companhia aérea alemã Lufthansa que na terça-feira caiu no sul dos Alpes franceses quando fazia a ligação entre Barcelona e Dusseldorf, com 150 pessoas a bordo – disse ao The New York Times que a gravação áudio recuperada de uma das caixas negras (na foto) revela que um dos pilotos saiu do cockpit antes de o avião iniciar a brusca perda de altitude e que já não conseguiu voltar a entrar na cabina.
Recorde-se que no acidente desta terça-feira, 24 de Março, o A320 que realizava o voo GWI9525 passou dos 35.000 pés (equivalente a cerca de 10.700 metros de altitude) para 6.900 pés (1.800 metros) em oito minutos.
O militar que falou com o NYT disse que a conversa entre os pilotos no início da viagem era "bastante descontraída". Em seguida, o registo áudio indica que um dos pilotos saiu do cockpit e que já não conseguiu reentrar.
"O indivíduo estava do lado de fora, a bater à porta, mas não obteve qualquer resposta", relatou o investigador. "Depois começou a bater com mais força, mas continuou a não ter reposta. Nunca lhe responderam", acrescentou.
"Dá para perceber, pelo ruído, que ele tentou mandar a porta abaixo", referiu ainda a mesma fonte.
"Não sabemos por que motivo é que o piloto saiu da cabina, mas temos a certeza de que nos momentos finais do voo o outro piloto estava sozinho e não abriu a porta", declarou.
Os dados das gravações áudio só parecem vir adensar o mistério em torno das circunstâncias que levaram à queda do avião e não dão qualquer indicação sobre a condição ou actividade do piloto que permaneceu no cockpit, sublinha o jornal. Durante a brusca perda de altitude do A320, não houve qualquer comunicação do cockpit para os controladores de tráfego aéreo nem qualquer outro sinal de emergência.
A brusca descida foi alarmante, mas também suficientemente gradual para indicar que não houve qualquer avaria catastrófica nos motores.
A informação divulgada pelas autoridades da aviação francesa quanto à natureza das gravações é escassa, desconhecendo-se se os registos são parciais ou estão completos. O gabinete que investiga as causas do acidente confirmou apenas que foram detectadas vozes humanas e outros sons provenientes do cockpit, que serão sujeitos a uma análise pormenorizada.
(notícia em actualizada à 01h20)