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France Télécom pode ser julgada por onda de suicídios em 2008
Mais de 30 funcionários da France Télécom cometeram suicídio entre 2008 e 2009. A Procuradoria de Paris quer agora que a empresa e o seu antigo CEO sejam julgados por assédio moral.
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A Procuradoria de Paris quer que a France Télécom (FT), a multinacional de telecomunicações agora conhecida como Orange, e o antigo CEO da empresa, Didier Lombard, sejam julgados por assédio moral, na sequência da onda de suicídios de trabalhadores que ocorreu entre 2008 e 2009, avança a Reuters.
Lombard era o presidente da France Télécom quando mais de 30 funcionários cometeram suicídio, uma década após a privatização. As mortes foram atribuídas pelos sindicatos às recolocações forçadas e às metas de desempenho impossíveis de alcançar.
Duas fontes próximas da investigação e uma fonte judicial avançaram à Reuters que a Procuradoria de Paris recomendou aos magistrados que levem Lombard e a empresa a julgamento para enfrentarem acusações de assédio moral. Um juiz vai agora decidir se segue o conselho do Ministério Público ou ignora o caso.
Lombard, que negou qualquer irregularidade durante as investigações, abandonou o cargo de CEO da Orange no início de 2010. Se for condenado poderá enfrentar uma pena de prisão até um ano e uma multa até 15 mil euros.
Em Fevereiro de 2010, as autoridades informaram que a France Télécom ignorou as advertências dos médicos sobre a saúde mental de alguns funcionários.
O relatório, a que a Reuters teve acesso, concluiu que um plano de reestruturação que visava reduzir o número de funcionários em 22.000 e recolocar outros 10.000 tinha tido um "efeito patológico" na moral do pessoal. A empresa contava com mais de 100 mil funcionários.
A France Télécom respondeu, na altura, que a taxa de suicídios não era maior do que na população geral.