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Governo francês e líder da France Telecom discutem problema dos suicídios na empresa

O ministro do trabalho francês, Xavier Darcos, reúne-se hoje com o presidente da France Télécom, Didier Lombard, para adoptarem medidas que permitam baixar a taxa de suicídios no grupo de telecomunicações que está muito acima da média francesa. No último ano e meio, 23 empregados da FT puseram fim à própria vida, uma média cinco vezes superior à de França, segundo o "Libération".

Luís Afonso 15 de Setembro de 2009 às 10:34
O ministro do trabalho francês, Xavier Darcos, reúne-se hoje com o presidente da France Télécom, Didier Lombard, para adoptarem medidas que permitam baixar a taxa de suicídios no grupo de telecomunicações que está muito acima da média francesa. No último ano e meio, 23 empregados da FT puseram fim à própria vida, uma média cinco vezes superior à de França, segundo o “Libération”.

A reunião de hoje surge depois de a ministra da economia, Christine Lagarde, ter obrigado o conselho de administração da empresa, onde o Estado francês mantém uma participação de 26%, a dedicar uma reunião do conselho a este tema.

Além dos 23 suicídios dos últimos 18 meses, tem havido tentativas fracassadas. Ainda na semana passada, a meio de uma reunião, um trabalhador de 49 anos golpeou o próprio ventre depois de saber que ia mudar de funções. Não morreu. Mas dois dias depois, uma colega de empresa sucumbiu depois de se ter atirado de um quarto andar, após saber que o seu chefe de equipa ia mudar.

Há vários meses que os sindicatos denunciam os métodos de trabalho e de organização da France Télécom, assim como as constantes mudanças de funções e de residência dos trabalhadores, assim como a pressão directa para que os quadros mais antigos aceitem as propostas de pré-reforma. “De um dia para o outro, é comunicado a um trabalhador que tem de mudar-se para um posto de trabalho que fica a 50 ou 100 quilómetros do anterior”, relatava ontem ao “Libération” Pierre Morville, delegado sindical. Outra das situações denunciadas é o programa “Time to move”, que impõe que quem ocupa determinados cargos de responsabilidade mude de funções de três em três anos.

O director de recursos humanos da FT, Olivier Barberot, garantiu há uns dias que o número de suicídios não aumentou este ano face aos exercícios anteriores. Mas reconheceu que “estes números mostram uma indiscutível ansiedade”.

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