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Passos assina acordo em Madrid para reduzir preço da energia

A reunião ao mais alto nível entre Portugal, Espanha e França, que decorreu esta tarde em Madrid, permitiu aos três países chegar a um entendimento sobre a necessidade de fazer investimentos que permitam exportar gás e electricidade para a Europa.

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04 de Março de 2015 às 21:57
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O primeiro-ministro português assinou esta quarta-feira, com Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, e com François Hollande, presidente da França, a Declaração de Madrid, que sinaliza o compromisso de aumentar a interconexão entre estes três países até à meta de 10% em 2020. Passos afirmou que essa meta será ultrapassada entre Portugal e Espanha em 2016, altura em que a interligação energética será de 11%.

 

Porém, é entre Espanha e França que essa meta está mais longe – mas é aí que é preciso agir para criar um mercado de energia europeu e, assim, poder baixar os preços da energia. Por outro lado, se avançar o fornecimento de gás natural à Europa via Península Ibérica, antevê Passos, isso poderá ser uma forma de negociar preços de fornecimento mais baixos.

 

A meta de 10% é "crucial para a realização de um verdadeiro mercado interno de energia, que por sua deverá traduzir-se em preços mais baixos para os consumidores, em investimentos mais eficientes em energia renovável, em maior segurança energética e num crescimento sustentável e verde", afirmou Passos Coelho, na conferência de imprensa que se seguiu à cimeira a três, na qual participaram ainda Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e Werner Hoyer, presidente do Banco Europeu de Investimento.

 

De acordo com o primeiro-ministro português, a cimeira "conseguiu avanços muito importantes" no que toca a identificar e apresentar à Comissão Europeia os "projectos necessários para atingir a meta dos 10% de interconectividade" entre a Península Ibérica e a França. "Até hoje estão identificados projectos para chegar a 8%, precisamos de identificar projectos complementares que nos dêem os 2% necessários em 2020", sublinhou.

 

Além disso, "os três países concordaram c necessidade de aumentar a segurança energética na europa, através de estratégias de diversificação das fontes de gás natural". Passos sustenta que "parte da incerteza" associada "ao fornecimento de gás todos os invernos junto de países do centro leste europeu resulta da imprudência no passado de não termos tomado as decisões adequadas para fornecer a todos os países não apenas um mercado interno coeso e aprofundado, mas também com segurança de abastecimento".

 

Portugal e Espanha poderiam assegurar 40% do gás ao leste europeu

 

Passos quantificou depois a capacidade ibérica a nível de gás natural. "O facto de hoje existirem terminais de liquefacção de gás entre Espanha e Portugal que pudessem permitir cerca de 40% das necessidades que são hoje asseguradas pelo gás russo dá ideia do potencial de diversificação que a Europa pode ter no futuro", sustentou.

 

Por outro lado, além da segurança no abastecimento, ganha-se também "em poder de negociação com eventuais fornecedores de gás para a Europa", e isso "é essencial para podermos ter maior competitividade para as nossas empresas". É que "as empresas norte-americanas beneficiam hoje de uma vantagem muito grande no fornecimento de gás à indústria".

 

E "se queremos ser competitivos à escala global, precisamos de criar condições para baixar preços do gás no sector industrial", rematou Passos Coelho.

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