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AIE realça importância de Portugal e Espanha no fornecimento de gás à Europa
A administradora executiva da Agência Internacional da Energia sublinhou que a Península Ibérica pode constituir uma alternativa para o fornecimento de gás natural na Europa. Também alertou para a necessidade de uma interconexão Espanha-França.
A administradora executiva da Agência Internacional da Energia (AIE), Maria van der Hoeven, salientou esta terça-feira, 25 de Novembro, numa conferência em Madrid que a Península Ibérica deve aproveitar as infra-estruturas de gás natural liquefeito (GNL) que possui, com o fim de reforçar a segurança de subministro de gás do resto dos países europeus.
Na sua participação no encontro "Global Annual Energy Meeting", van der Hoeven elogiou a relevância dos sistemas energéticos português e espanhol para o futuro europeu. Ambos os países ibéricos contam com uma das melhores redes de gasodutos e portos de recepção de gás natural liquefeito do continente e após o conflito russo-ucraniano, o fornecimento de gás tem-se tornado uma das principais preocupações de Bruxelas.
Assim, na opinião da administradora da AIE "nas circunstâncias adequadas" o GNL "poderá devolver a confiança no subministro de gás". Isto deve-se ao facto de o transporte do GNL ser realizado por barco e não por gasoduto, o que poderá oferecer soluções rápidas perante possíveis interrupções de fornecimento via gasoduto.
As principais fortalezas da rede energética luso-espanhola são a flexibilidade e a diversificação de armazenamento, como revelou o último estudo realizado pela AIE (Energy Supply Security 2014). A Península pode receber gás natural tanto pela costa atlântica, através de portos como o da Corunha, Sines (na fotografia) ou Huelva, assim como, pela costa mediterrânea, com importantes bases portuárias como as de Algeciras, Cartagena ou Tarragona.
Mas para que esta segurança energética que oferece a Península seja transmitida ao resto da Europa, urge aumentar as interconexões da região com o sul de França, "desafio que precisa de financiamento e de acordo político com a França" salientou van der Hoeven.