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Moreira da Silva: Aumento das interligações energéticas pode poupar 40 mil milhões de euros por ano

O ministro da Energia apelou hoje a que Bruxelas faça "a sua parte" para reduzir os custos energéticos em Portugal e Espanha, admitindo uma poupança anual de 40.000 milhões de euros caso as interligações energéticas aumentem 15%.

Bruno Simão
19 de Fevereiro de 2015 às 21:17
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"Se tivermos 15% de interligações, que é o objectivo para 2030, teremos reduções de custo anuais de 40.000 milhões de euros no sector energético. Isso é bom para a economia europeia, para a economia ibérica e importante em termos de segurança energética", afirmou Jorge Moreira da Silva.

 

O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia falava no final de uma reunião com o ministro espanhol da Indústria, Energia e Turismo, José Manuel Soria, que serviu para debater as interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da Europa, que têm como objectivo quebrar o isolamento dos dois países em termos de transporte de energia e reduzir custos.

 

O ministro português da energia disse ainda que com "um verdadeiro mercado único de energias renováveis" pode existir "um benefício adicional de 30.000 milhões de euros" na redução de custos anuais.

 

"Portugal e Espanha têm feito a sua parte, cumprindo metas de energias renováveis, cumprindo metas de [redução dos níveis de] dióxido de carbono, mas é necessário que a União Europeia faça a sua parte para baixar os custos de energia em Portugal e Espanha. Não é possível ir tão longe quanto deveríamos na redução de custos se a política energética da União Europeia termina nos Pirenéus", afirmou Moreira da Silva.

 

Para os dois países, disse o governante português, "é necessário que todos façam a sua responsabilidade: que os países identifiquem os projectos concretos e que a Comissão Europeia monitorize o nível de implementação desses projectos e identifique fontes de financiamento suficientes para que esses projectos sejam concretizados".

 

Moreira da Silva recordou que "as interligações energéticas na União Europeia necessitam de 200.000 milhões de euros até 2020", dos quais cerca de 100.000 milhões na área da electricidade, e que "só ao nível dos projectos prioritários serão necessários 35.000 milhões".

 

"No orçamento da União Europeia, no 'Connecting European Facility', apenas dispomos para a área da energia de 5.230 milhões de euros. É por isso que temos dito que não basta identificar os projetos, que não basta haver boa cooperação política: é necessário que existam fontes de financiamento adicionais e essa é uma responsabilidade da Comissão Europeia", sublinhou o ministro português, considerando "positivo" que o 'Plano Juncker' tenha identificado entre os investimentos estratégicos a área das interligações.

 

"É necessário irmos mais longe e identificarmos várias fontes de financiamento adicionais, não só para a electricidade mas também na área do gás", disse.

 

Moreira da Silva recordou que Portugal e Espanha "não dependem em absolutamente nada" da importação de gás da Rússia, "ao contrário de outros países" europeus, e que, por isso, "podem ajudar" a fazer diminuir essa dependência e "aumentar os níveis de segurança energética".

 

Por sua vez o ministro espanhol de Energia destacou que na cimeira trilateral sobre interligações energéticas, que se vai realizar em Madrid a 04 de Março, Portugal e Espanha vão apelar a que os projectos de interligações energéticas de Narrava e Aragão sejam uma prioridade no Plano Energético Europeu em 2016.

 

Está prevista a presença dos primeiros-ministros português e espanhol, Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy, respetivamente, do presidente francês, François Hollande, e do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

 

No Conselho Europeu de Outubro passado, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia alcançaram um acordo sobre o pacote energia e clima, que prevê uma meta para as interconexões - de 10% até 2020 e de 15% até 2030.

 

A interconexão das redes permite o transporte de electricidade e de gás sendo que actualmente a Península Ibérica é considerada uma 'ilha energética' devido às baixas interconexões existentes (apenas 1,5% da capacidade instalada) para outros países europeus.

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