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Mexia: "Resultado da EDP foi claramente afectado por Portugal"
O recuo no EBITDA em Portugal prejudicou o resultado liquido da EDP. Apesar da seca que prejudicou a produção de electricidade, o presidente executivo criticou o peso fiscal sobre a empresa.
Desde 2008 que os lucros da EDP não ficavam abaixo dos mil milhões de euros. A pesar no resultado líquido esteve a quebra no EBITDA (resultado operacional bruto) em Portugal.
"O resultado de 2015 foi claramente afectado por Portugal", disse o presidente executivo da energética durante a apresentação de resultados esta quinta-feira, 3 de Março.
António Mexia apontou o dedo à Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE), mas também à tarifa social na energia.
"Existe um conjunto de regras que obviamente penalizam o investimento em Portugal", afirmou. "Algumas delas não estavam lá quando foram tomadas as decisões de investimento".
Sublinhou que a empresa é o "maior investidor em Portugal", com 700 milhões investidos em Portugal no último ano. O país é assim o maior receptor de investimento total da empresa (38% em 1.700 milhões), seguido pelos Estados Unidos (36%).
"Isto mostra a determinação da aposta em Portugal", disse, apontando "um conjunto de medidas que têm afectado os resultados", como os 62 milhões de euros para a CESE em 2015.
Questionado sobre as novas regras para a energia, que vão tirar 120 milhões às receitas da EDP até 2020, o presidente executivo afirmou que a EDP não tem "nenhum problema" com a medida. "E o impacto que tem, sem surpresa".
Já sobre a cobrança do IMI nas barragens da EDP, conforme revelou o Negócios, Mexia limitou-se a dizer que "não é uma questão" para a EDP. "Não merece a nossa preocupação".
Sobre a dívida líquida, que recuou 2% para 17.400 milhões em 2015, o gestor anunciou que a empresa tem a meta de reduzir este valor para 16.500 milhões este ano.