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Manuel Pinho: "Um absoluto disparate" as suspeitas de corrupção
O ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, falou pela primeira vez desde que a investigação às alegadas rendas excessivas da EDP foram tornadas públicas e levaram à constituição de António Mexia como arguido. Falou ao Expresso para dizer que suspeitas são disparate.
Depois da Sábado ter noticiado que Manuel Pinho se tornaria, em breve, arguido, o Expresso traz, este sábado, as primeiras declarações do ex-ministro que estará envolvido nas investigações porque depois de ter saído do ministério foi dar aulas para Universidade de Columbia, patrocinada pela EDP. O Ministério Público pretende verificar se este financiamento tem ligação às condições que a eléctrica conseguiu em 2007 na revisão dos chamados CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual) e concessão de barragens.
Ao Expresso, Manuel Pinho garante não ter sido até agora constituído arguido, mas desvaloriza o facto de isso vir a acontecer. "Se tal suceder isso apenas significa que estou a ser alvo de uma investigação, nada mais".
Manuel Pinho ainda está na Universidade de Columbia para onde foi no âmbito do patrocínio da EDP recebido a partir de 2010, conforme noticiou o Negócios. Foi a própria universidade que o confirmou: "Há alguns anos, a empresa portuguesa EDP fez uma doação à universidade para apoiar aulas, investigação, palestras e conferências relacionadas com o estudo da energia e o ambiente na School of International and Public Affairs (SIPA)", indica Marcus Tonti, director responsável pelas relações externas daquela escola.
Segundo a mesma nota enviada após perguntas do Negócios, o contributo dado pela EDP "pagou vários membros do corpo docente da SIPA, inúmeras palestras e projectos estudantis". A universidade não confirma se Manuel Pinho foi ou não envolvido neste âmbito, acrescentando apenas que foi contratado em 2010, ainda que tenha sido já noticiado que essa contratação fora aqui incluída.
Columbia não refere valores, mas a EDP revelou que o patrocínio dado totalizou 1,2 milhões de dólares entre 2010 e 2014. A eléctrica presidida por António Mexia referiu que foi a própria Universidade de Columbia que sugeriu o nome do ex-governante para o curso de energias renováveis que pretendia implementar na altura.
O Expresso avança ainda na edição deste sábado que o Tribunal Central de Instrução Criminal decretou que todos os emails apreendidos na REN e Boston Consulting Group, em relação aos quais se pediu a nulidade da prova, não sejam considerados como prova no inquérito-crime a correr termos.