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Manuel Pinho: "Um absoluto disparate" as suspeitas de corrupção

O ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, falou pela primeira vez desde que a investigação às alegadas rendas excessivas da EDP foram tornadas públicas e levaram à constituição de António Mexia como arguido. Falou ao Expresso para dizer que suspeitas são disparate.

Negócios 24 de Junho de 2017 às 10:46
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Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates, falou pela primeira vez sobre a investigação do Ministério Público às alegadas rendas excessivas da EDP, que tornaram António Mexia e João Manso Neto dois dos arguidos do processo.

Depois da Sábado ter noticiado que Manuel Pinho se tornaria, em breve, arguido, o Expresso traz, este sábado, as primeiras declarações do ex-ministro que estará envolvido nas investigações porque depois de ter saído do ministério foi dar aulas para Universidade de Columbia, patrocinada pela EDP. O Ministério Público pretende verificar se este financiamento tem ligação às condições que a eléctrica conseguiu em 2007 na revisão dos chamados CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual) e concessão de barragens.

Apelida, por isso, as suspeitas de corrupção de "absoluto disparate". E aproveita para atacar o seu sucessor - Carlos Zorrinho, também no governo de Sócrates - dizendo que em 2010 se aceitou que a EDP fosse paga pela disponibilidade criada na produção eléctrica. E concluiu as declarações ao Expresso dizendo que a sua grande preocupação era que a Iberdrola não tomasse conta da EDP.

Manuel Pinho ainda está na Universidade de Columbia para onde foi no âmbito do patrocínio da EDP recebido a partir de 2010, conforme noticiou o Negócios. Foi a própria universidade que o confirmou: "Há alguns anos, a empresa portuguesa EDP fez uma doação à universidade para apoiar aulas, investigação, palestras e conferências relacionadas com o estudo da energia e o ambiente na School of International and Public Affairs (SIPA)", indica Marcus Tonti, director responsável pelas relações externas daquela escola.

 

Segundo a mesma nota enviada após perguntas do Negócios, o contributo dado pela EDP "pagou vários membros do corpo docente da SIPA, inúmeras palestras e projectos estudantis". A universidade não confirma se Manuel Pinho foi ou não envolvido neste âmbito, acrescentando apenas que foi contratado em 2010, ainda que tenha sido já noticiado que essa contratação fora aqui incluída. 

 

Columbia não refere valores, mas a EDP revelou que o patrocínio dado totalizou 1,2 milhões de dólares entre 2010 e 2014. A eléctrica presidida por António Mexia referiu que foi a própria Universidade de Columbia que sugeriu o nome do ex-governante para o curso de energias renováveis que pretendia implementar na altura.

O Ministério Público está a investigar estas rendas da EDP, tendo já constituído sete arguidos. António Mexia já assumiu que não se demitirá. O principal accionista da EDP, a chinesa China Three Gorges, fez entretanto um comunicado pedindo disponibilização ilimitada da informação, ao mesmo tempo que sinalizava que "é contra qualquer forma de corrupção e práticas de negócio impróprias".

O Expresso avança ainda na edição deste sábado que o Tribunal Central de Instrução Criminal decretou que todos os emails apreendidos na REN e Boston Consulting Group, em relação aos quais se pediu a nulidade da prova, não sejam considerados como prova no inquérito-crime a correr termos.

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