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Gestores assumem responsabilidades por "swaps"

"A responsabilidade é minha". Dois antigos presidentes de transportadoras nacionais assumiram na comissão parlamentar de inquérito, esta quinta-feira, as responsabilidades pela contratação de derivados financeiros "swap". Ainda assim, dizem, fizeram-no a pensar no melhor das empresas, com base nos dados que existiam à época.

Correio da Manhã
05 de Setembro de 2013 às 22:50
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"A minha assinatura está na aprovação desse contrato. Aprovei estas operações", afirmou Juvenal da Silva Peneda (na foto), antigo presidente da STCP, entre 2003 e 2006, e membro do conselho de administração da Metro do Porto, entre 2004 e 2008. Enquanto esteve na STCP, Silva Peneda garante não ter contratado "swaps" de taxa de juro - um instrumento financeiro que protege determinado financiamento da variação da taxa de juro. Contudo, quando foi um dos sete elementos do conselho de administração da Metro do Porto, assinou vários contratos de "swap". Sabia pouco sobre o tema e, por isso, "confiava plenamente" na opinião do administrador financeiro. Até porque, disse, "não tinha condições" para se opor às decisões dos colegas porque, na Metro do Porto, as decisões eram sempre tomadas por unanimidade.

 

Enquanto esteve na administração da empresa (2004 a 2008), foram assinados quatro contratos "swaps", segundo o gestor, que está agora na CCDR-Norte, depois de ter sido destituído de secretário de Estado da Administração Interna. A Metro do Porto é uma das empresas cujos derivados financeiros tinham um valor de mercado mais negativo entre as analisadas pelo IGCP.

 

Fernanda Meneses, presidente da STCP entre 2006 e 2012, também foi à comissão de inquérito e, tal como o seu antecessor na transportadora, assumiu culpas. "A responsabilidade é nossa. Assumi-mo-la", afirmou.

 

A gestora, reformada, assegura que actuou sempre de "boa-fé" e que, quando assinou os dois "swaps", não se antecipavam grandes problemas. "[A operação] feita com base em parâmetros que existiam à data, com todas as previsões disponíveis, não envolvia um risco forte", indicou. Fernanda Meneses considera que não se pode estar a avaliar os contratos antes da sua maturidade, que, nestes casos, é em 2022.

 

A antiga presidente da STCP deixou ainda críticas ao processo de cancelamento dos "swaps", levado a cabo pelo Governo, e questionou porque é que só em 2013 é que se começou a fazer "tanto barulho" com dados que eram conhecidos há anos. DC

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