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AICEP: Portugal tem de diversificar os clientes na economia do mar

Portugal tem oportunidades de crescimento e internacionalização nas áreas portuária, da aquacultura e construção naval. Mas a Agência de Investimento avisa: o país está muito dependente de poucos mercados. Tem de diversificar.

Pedro Elias
02 de Março de 2016 às 10:29
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Espanha, França e Itália são os mercados que mais compram a Portugal na área da economia do mar e com um peso muito significativo nas exportações da economia do mar. Portugal tem, por isso, de diversificar o peso dos clientes na factura final. O diagnóstico foi apontado esta quarta-feira, 2 de Março, por Luís Pádua (na foto), da direcção de empresas e investimento da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), com responsável pelo sector da economia do mar, no "road show" Portugal Global que a Agência está realizar em Setúbal.

Luís Pádua apontou vários sectores onde as oportunidades de Portugal são crescentes, até tendo em conta a expansão da plataforma continental de Portugal para perto de quatro milhões de quilómetros quadrados.


"Toda a gente fala do mar e entende a sua importância", afirmou Luís Pádua, acrescentando ser "um sector estratégico para o desenvolvimento do país". 


Ainda que as empresas sejam de "muito pequena dimensão". Luís Pádua diz ser difícil a quantificação deste sector no tecido empresarial, até porque surge associado a vários outros sectores. Ainda assim estima-se que o sector represente exportações de perto de mil milhões de euros, mas as importações superam esse valor. É pois um sector com balança deficitária. Mas exporta para 115 países, ainda que com grande dependência de três países. E para Luís Pádua não será difícil, já que Portugal tem condições únicas, tanto ao nível da mão-de-obra como das condições naturais.

A AICEP identifica três subsectores com potencial de crescimento. Um é a construção e reparação naval. Há 340 empresas com actividade, que empregam cerca de três mil empresas, que facturam 220 milhões, sendo 39 milhões para exportações em 83 países. Mas Luís Pádua salienta a importância de Portugal se concentrar na construção e reparação de embarcações de nicho, e especializadas de pequena e média dimensão. Dá o exemplo dos iates de luxo. "Existe um aumento de procura". E este é um sector que permite estender a rede de fornecedores nacionais, abrangendo outras áreas como o têxtil, os moldes, os alumínios, etc. Em cada um dos três sectores que a AICEP identifica como com potencial de crescimento em Portugal, a agência deu também exemplos de investidores estrangeiros. Neste caso, o exemplo foi a Brunswick, que constrói 1800 barcos por ano e que continua a crescer.

Na pesca e aquacultura e indústria de pescado é a produção em aquacultura que apresenta algumas das principais oportunidades. Neste subsector existem 4700 empresas que empregam 18 mil pessoas. O volume de negócios é de 1,5 mil milhões de euros, sendo 890 milhões para exportação em 90 países. O problema, no entanto, ainda é a dificuldade de financiamento destes projectos, com desconfiança também de entidades locais para disponibilizarem espaços para a aquacultura. "Há ainda uma percepção negativa ligada à aquacultura". Mas a oportunidade é grande, para responder à maior procura de peixe ou bivalves. Portugal tem condições naturais que apresentam-se como vantajosas para estes projectos. O exemplo internacional em Portugal é a Stolt Farm.

Nos portos e nos transportes marítimos, subsector que tem 1650 empresas, 17 mil funcionários e que realiza um volume de  3,5 mil milhões de euros, há igualmente espaço de oportunidade, nomeadamente no reforço do transporte intermodal. Luís Pádua não tem dúvidas de que há "necessidade de investimento público nos portos nacionais". Alguns portos encerram problemas na tramitação aduaneira e há ainda problema na distância entre as plataformas logísticas e os portos, o que encarece a distância e transportes. O exemplo internacional? o investimento da PSA (Porto de Singapura) no terminal de Sines.

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