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Vítor Bento: "Não sei se havia privados para fazer a capitalização do BES"

Vítor Bento garante que antes da medida de resolução não chegou a perceber se havia, de facto, investidores privados disponíveis para assegurar a capitalização de que o BES necessitava. Para o antigo presidente, era certo, ainda antes das contas semestrais do banco, de que seria necessário um aumento de capital.

Bruno Simão/Negócios
02 de Dezembro de 2014 às 11:20
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"Ainda hoje não sei se havia investidores privados interessados em fazer essa capitalização do banco. Não tive tempo para ver", avisou Vítor Bento na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão do BES e do GES.

 

Para o economista, uma coisa é certa: "Não havia investidores privados para fazer a capitalização privada do BES em dois dias". Bento sugeriu assim que não teria tempo para cumprir a determinação do Banco de Portugal de capitalizar a instituição na sequência dos prejuízos de 3,6 mil milhões de euros divulgados pelo banco a 30 de Julho.

 

"É legítimo que o prazo necessário fosse demasiado longo [para fazer a capitalização privada] mas não sei se havia ou não havia" investidores privados.

 

Outra certeza que Vítor Bento tinha ainda antes da divulgação das contas semestrais do BES era que "era necessário um novo aumento de capital para o banco voltar funcionar normalmente", faltando conhecer os resultados para saber a extensão deste reforço.

 

Vítor Bento está esta terça-feira, 2 de Dezembro, a ser ouvido pelos deputados na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão do BES e do GES. O economista e antigo presidente do BES já afirmou que o Governo "não mostrou disponibilidade para fazer uma declaração" garantindo que o Estado estaria disponível para apoiar o banco. "Não me parece que houvesse disponibilidade para o envolvimento de fundos públicos na capitalização", afirmou Vítor Bento.

 

Foi esta a ideia com que Vítor Bento ficou depois de ter falado com a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na sequência da divulgação das contas semestrais do BES, a 30 de Agosto (que revelaram um prejuízo de cerca de 3,6 mil milhões de euros).

 

Nessa altura, o presidente do BES queria assegurar junto do Governo que este garantisse que, se nenhuma outra solução funcionasse, "o Estado funcionaria como 'back stop' [apoio] se os privados faltassem" e que estaria disponível para fazer essa afirmação pública.

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