A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua (na foto), quis saber se a necessidade de uma provisão para a exposição do BES ao BES Angola foi discutida na reunião da administração que aprovou as contas de 30 de Junho. E questionou Vítor Bento sobre este tema.

O antigo líder do banco começou por responder que não ia responder por não ter participado na elaboração das contas e para evitar ser incompleto ou errado na reprodução do encontro. Vítor Bento sugeriu uma consulta à acta da reunião ou às notícias dos jornais que citam esse documento. "Se bastasse a informação pública, limitávamo-nos a ler os jornais, não fazíamos estas audições", afirmou Mariana Mortágua, para tentar fazer com que Bento respondesse.

"Não me recordo dos pormenores. A acta está nos jornais, por isso deve ser acessível por esta comissão. Tem lá a resposta objectiva", respondeu o economista. A deputada do BE avisou que ia "insistir" e perguntou se a questão das provisões para Angola foi discutida na reunião.

"Que eu me lembre, Angola não foi discutida na reunião da administração. O tema da discussão desse encontro teve a ver com a recompra das obrigações do BES" emitidas no âmbito de um esquema já considerado fraudulento, respondeu Vítor Bento.

Mariana Mortágua lamentou, mais uma vez, a parca resposta de Vítor Bento. "Assim, torna estas audiências irrelevantes", criticou a deputada, recordando que a comissão ainda não teve acesso à acta da reunião.

Fernando Negrão, presidente da comissão parlamentar de inquérito, interveio, perguntando ao economista se tem a acta da reunião. "Terei uma versão do documento, não me recordo se é a versão assinada" respondeu, recordando que apenas a acta assinada e que esta depositava no banco é válida.

A deputada do BE acabou por dar a questão encerrada, avisando que iria pedir a Vítor Bento que enviasse à comissão de inquérito a sua versão da acta da reunião da administração do BES em que foram aprovadas as contas de 30 de Junho.