"Uma exposição desta natureza é de um montante anormal e devia ter feito soar campainhas." Foi desta forma que Vítor Bento respondeu a deputada do CDS, Cecília Meireles, quando questionado sobre o crédito de 3.300 milhões que o BES tinha no BESA.

O antigo presidente do BES já tinha justificado o facto de esta exposição não ter suscitado uma provisão nas contas de 30 de Junho com o facto de esta imparidade não ter sido recomendada nem pelos auditores nem pelos supervisores.

"Não foi feita nenhuma provisão para a exposição a Angola" nas contas do semestre, "nem ela foi recomendada por auditores e supervisores" revelou Vítor Bento em resposta ao deputado Miguel Tiago, do PCP.

Recorde-se que, com a separação do BES e do Novo Banco, a exposição desta última instituição a Angola implicou a realização de uma provisão de 3.300 milhões, o que ditou mais de dois terços das necessidades de capital do banco de transição.

O antigo presidente do BES recusou pronunciar-se sobre se teria sido necessário fazer uma provisão para Angola logo nas contas de 30 de Junho. "Não tive intervenção na elaboração das contas de Junho, não é agora que vou intervir. Não me pronunciei na altura, não seria agora que iria pronunciar-me sobre o que foi feito e o que deveria ter sido feito".