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Luís Delgado assume estado de insolvência da dona da Visão

Chumbado o plano de recuperação da Trust in News, onde o Estado encabeça a lista de créditos de 33 milhões de euros, o PER da dona de 16 órgãos de comunicação social vai ser encerrado, com a empresa a anunciar que vai ainda tentar convencer os credores em sede de processo de insolvência.

Luís Delgado, o dono da Trust in News, empresa que aderiu ao PER.
Luís Delgado, dono da Trust in News. Bruno Agostinho
12 de Novembro de 2024 às 17:49
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Antecipando-se ao parecer técnico do administrador judicial, que deverá seguir para tribunal nos próximos dias, a Trust in News (TIN), dona de publicações como a Visão, Exame, Caras, TV Mais, Jornal de Letras e a Courrier Internacional admitiu que está em situação de insolvência.  

 

"Na sequência da reprovação do PER [Processo Especial de Revitalização], a TIN vai comunicar formalmente ao AJP [administrador judicial provisório] que nada tem a opor ao parecer de insolvência que venha a sugerir", lê-se no e-mail que a empresa de Luís Delgado enviou aos trabalhadores esta terça-feira, 12 de novembro.  

 

Tendo expressamente reconhecido o seu estado de insolvência, assim como manifestado a intenção de tentar a recuperação através da apresentação de um plano nesse sentido, o PER progredirá agora para um processo de insolvência. 

Neste âmbito, o tribunal deverá decidir se mantém o comando da administração pela equipa liderada por Delgado ou se a mesma passa para o administrador de insolvência que venha a nomear. 

O tribunal deverá ainda dar 30 dias à devedora para apresentar um plano de insolvência e marcar a data de realização da assembleia de credores. 

Caberá aos credores, nessa primeira assembleia, decidir se confere à TIN a possibilidade de apresentar um novo plano de recuperação – se assim acontecer, deverá ser agendada nova assembleia para discutir e votar o plano. 
 

Em sede de PER o plano de recuperação da TIN foi chumbado por 61,16% do total de créditos reconhecidos, correspondendo a 68,03% dos votos.  

Em causa está uma dívida que, em maio passado, ascendia a cerca de 33 milhões de euros. 

Detentor de mais de metade dos créditos sobre a TIN, o voto do Estado era determinante. Ora, a Segurança Social (nove milhões de euros) e o Fisco (8,1 milhões) reprovaram o plano de viabilização da empresa, assim como outros grandes credores como o Novo Banco (3,6 milhões), CTT (dois milhões) e o grupo Perfil Inversora (618 mil euros), dono de marcas como a Caras e a Caras Decoração. 

Já à Impresa, a dona da SIC e do Expresso, que vendeu as publicações a Luís Delgado, há meia dúzia de anos, por 10,2 milhões de euros, a TIN deve 4,4 milhões. 

Com a abstenção a fixar-se em 10,1%, o plano contou com os votos favoráveis de credores como o BCP (que tem a haver 717 mil euros)e a Vodafone (582 mil euros), assim como da Impresa.  

A TIN, que prevê faturar este ano apenas 7,9 milhões de euros e aumentar os prejuízos para 1,4 milhões, emprega atualmente uma centena e meia de pessoas. 

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