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Wall Street volta ao vermelho após impulso dado por Trump
Depois terem acelerado no seguimento das eleições presidenciais norte-americanas, os índices dos EUA voltaram ao vermelho, com os investidores a aproveitarem a retirada de mais-valias, antes dos importantes dados da inflação de quarta-feira.
As ações dos EUA voltaram a recuar passada quase uma semana de progressão motivada pela eleição de Trump, com os principais índices a fecharem no vermelho após terem atingido máximos históricos.
O S&P 500 fechou em baixa de 0,29% para 5.983,99 pontos, depois de ter registado o maior ganho de cinco dias do último ano. O Dow Jones Industrial Average recuou 0,86% para 43.910,98 pontos e o índice tecnológico Nasdaq perdeu 0,08% para 19.282,76 pontos.
Na segunda-feira, os índices ultrapassaram as barreiras históricas dos 6.000, 44.000 e 19.300 pontos, respetivamente.
As "small caps" e os bancos perderam terreno, depois de terem sido dois dos setores que mais beneficiaram com as expectativas de cortes de impostos e uma regulação menos exigente por parte da administração Trump.
Outra das grandes beneficiadas pela vitória de Trump, a Tesla, também caiu esta terça-feira, depois de ter disparado quase 45% desde a última quarta-feira. A fabricante de veículos elétricos liderada por Elon Musk, um dos principais apoiantes do candidato republicano, perdeu 6,2%.
Os investidores estão agora concentrados nos dados da inflação do consumidor dos EUA, que serão divulgados na quarta-feira e devem mostrar alguma instabilidade no abrandamento em direção ao alvo de 2% pretendido pela Reserva Federal.
O presidente da Fed de Mineápolis, Neil Kashkari, disse que vai olhar para os dados da inflação para determinar se vai ser apropriado cortar novamente as taxas de juro em dezembro, depois dos dois últimos cortes de 50 e 25 pontos base, respetivamente.
Caso a inflação não abrande na leitura de quarta-feira, ou as vendas a retalho se mostrarem elevadas, "um corte em dezembro começa a parecer imprudente", diz Will Compernolle, da FHN Financial, citado pela Bloomberg.
O avanço das ações no pós-eleições pode travar com a retirada de mais-valias pelos investidores, referem estrategas do Citigroup, mas a expectativa é que depois o mercado volte a acelerar em direção ao final do ano.