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Stock da Cunha sobre papel comercial: "É possível arranjar alguma solução para um problema que não criámos"

Eduardo Stock da Cunha admitiu esta segunda-feira que "é possível arranjar alguma solução" para o papel comercial do Grupo Espírito Santo. O presidente do Novo Banco esclareceu que o Banco de Portugal não proibiu a instituição de definir uma solução.

Bruno Simão/Negócios
09 de Março de 2015 às 10:03
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"É possível arranjar alguma solução para um problema que não criámos" mas "não sei se conseguiremos", afirmou o presidente do Novo Banco referindo-se ao problema do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES).

 

"Estamos a verificar se conseguimos ou não resolver este problema, com o Banco de Portugal. Não sei se conseguiremos chegar a uma solução. Ainda não atirei a toalha ao tapete, quando atirar aviso. É possível arranjar uma solução para um problema que não criámos", adiantou Eduardo Stock da Cunha.

 

O banqueiro explicou que encontrar uma solução para os clientes de retalho do Novo Banco com papel comercial do GES "é mais difícil" por estar em causa "uma dívida de terceiros". "Não é uma dívida nossa", sublinhou Stock da Cunha.

 

O presidente do Novo Banco esclareceu ainda que não está proibido pelo Banco de Portugal de procurar uma solução comercial para estes cerca de 2.500 clientes, com 520 milhões de euros em risco. "Mas a solução precisa de aprovação expressa do Banco de Portugal", que exige que a proposta a delinear não ponha em causa a situação de liquidez, capital e rentabilidade do banco de transição.

 

Há um mês, quando esteve na Comissão Parlamentar de Inquérito à Gestão do BES e do GES, Eduardo Stock da Cunha tinha já manifestado a sua preocupação com as pessoas que investiram em papel comercial do GES. Na altura, avisou, porém, que "não existe nenhuma obrigação" da instituição de pagar estas aplicações.

 

"O Novo Banco não tem qualquer responsabilidade sobre o papel comercial. Não existe nenhuma provisão no Novo Banco para o papel comercial. Essa provisão não passou para o Novo Banco. Não existe nenhuma obrigação legal de o Novo Banco pagar o que quer seja do papel comercial", disse Eduardo Stock da Cunha aos deputados a 10 de Fevereiro.

 

O presidente do Novo Banco expressou a sua "preocupação com a situação das pessoas" que têm as suas aplicações bloqueadas. Mas alertou que a responsabilidade sobre os clientes pela má comercialização do papel comercial é do BES, onde ficou a provisão para esse fim. No entanto, Stock da Cunha invocou as declarações do líder do BES no Parlamento para sublinhar que "o BES não vai conseguir honrar o pagamento pela má comercialização" daqueles produtos.

 

O gestor admitiu que apenas pode tentar encontrar uma solução em respeito de "uma série de condições, muito difíceis de cumprir". "Temos de ter liquidez, rentabilidade e solidez" como exigiu o Banco de Portugal na deliberação de 14 de Agosto, recordou Stock da Cunha.

 

O líder do Novo Banco deixou no ar a possibilidade de a solução para estes clientes implicar a perda de capital. "Podemos, por razões estritamente comerciais, se isso traz vantagens para o banco", apresentar uma solução aos clientes. "Isto significa que no caso de um cliente com 100 mil euros (investidos), se quisermos compensar 50 mil euros, temos de justificar como é que o banco vai gerar proveitos de 50 mil ao banco" que permitam pagar esse valor ao cliente, detalhou.

 

Stock da Cunha revelou que estão em causa cerca de 527 milhões de euros investidos por cerca de 2.500 clientes em papel comercial da Rioforte, Espírito Santo International e Espírito Santo Property.

 

"Estamos a tentar resolver o possível e depois vamos tentar o impossível", adiantou o gestor, citando o antigo presidente brasileiro Lula da Silva. "Estamos totalmente empenhados em tentar encontrar uma solução. Mas não sabemos quando, como, e se será", avisou.

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