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Ricardo Salgado: "Não sou pivô" desta crise

Em declarações ao Estado de São Paulo, o ex-CEO do Banco Espírito Santo disse que está "no olho do furacão" por ser um banqueiro à frente de uma instituição com quase 150 anos.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 17 de Agosto de 2014 às 20:00
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O ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo afirmou, em entrevista ao Estado de São Paulo que não pode ser acusado sozinho pela crise que levou ao desmoronamento do BES e que levou a que o Banco de Portugal, no passado dia 3 de Agosto, o dividisse em dois bancos: o bom (Novo Banco) e o mau (que ficou com os activos tóxicos).

 

"Não sou o pivô (dessa crise). Cada um (dos membros da família Espírito Santo) respondia por uma actividade de negócio. O Ricciardi pela presidência do BESI, o Manuel Fernando (Espírito Santo) pela holding Rioforte, e por aí em diante", afirmou Ricardo Salgado ao jornal brasileiro, cujas declarações são publicadas na sua edição deste domingo, 17 de Agosto.

 

"Estou no meio do olho do furacão porque sou um banqueiro à frente de uma instituição de quase 150 anos", acrescentou.

 

Em entrevista ao Negócios no dia 22 de Maio, Salgado já referia que achava que "não houve os controlos adequados ao nível das holdings de topo do grupo. Isso não houve. A gestão depende dos negócios e os negócios sofreram regra geral todos com a crise". E sobre o problema identificado na Espírito Santo International, comentou que também era responsável por isso. "Faço parte de um grupo familiar. E os cinco grupos familiares em torno da ESI, todos

Não sou o pivô (dessa crise). Cada um (dos membros da família Espírito Santo) respondia por uma actividade de negócio. O Ricciardi pela presidência do BESI, o Manuel Fernando (Espírito Santo) pela holding Rioforte, e por aí em diante.
 
Ricardo Salgado
Antigo presidente executivo do BES

nós somos responsáveis, e sou solidário com o grupo com certeza. Agora, o que posso dizer é que a minha vida começa as 8h30 no banco e acaba às 10 da noite no banco".

 

Na passada quinta-feira, 14 de Agosto, em declarações ao Diário Económico, Ricardo Salgado não quis falar do BES, mas disse que se preocupava com os accionistas da instituição financeira que se viram afectados pelo resgate do banco, perdendo tudo. E assegurou que iria "fazer tudo" para recuperar a confiança perdida por parte dos accionistas, bem como os investimentos realizados por estes.

 

O ex-CEO do BES declarou ainda que iria lutar pela sua "honra e dignidade" e pela da sua família, tendo citado por diversas vezes o Papa Francisco: "Não chores pelo que perdeste, luta pelo que tens"; "Não chores pelo teu sofrimento, luta pela felicidade"; "Não chores pelos que te abandonaram e luta pelos que estão contigo."

 

No dia seguinte, 15 de Agosto, o advogado de Salgado, Francisco Proença de Carvalho, sublinhou em comunicado que a notícia do Expresso "respeitante a uma alegada estratégia de defesa do Dr. Ricardo Salgado não tem qualquer fundamento e assenta em mera especulação".

 

"Não existe qualquer acusação contra o Dr. Ricardo Salgado, pelo que também não existe qualquer desenho da sua defesa, muito menos nos termos sugeridos pela referida publicação", acrescenta o comunicado, concluindo que "o Dr. Ricardo Salgado manterá a postura serena e discreta que tem sempre seguido e nunca contribuirá para qualquer perturbação dos trabalhos que, eventualmente, estejam a ser realizados pelas entidades competentes. Lamenta que sejam alguns meios de comunicação social a fazê-lo ostensivamente e de uma forma, claramente, persecutória".

 

A 4 de Agosto, Salgado emitira um comunicado em que garantiu que falará "quando o tempo e o contexto permitirem".

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