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Ricardo Salgado libertado sob caução de três milhões de euros

O ex-presidente do Banco Espírito Santo, que foi esta manhã detido para interrogatório no Tribunal Central de Instrução Criminal na condição de arguido, pagou uma caução de 3 milhões de euros para sair em liberdade. É suspeito da "prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais".

24 de Julho de 2014 às 17:52
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O pagamento de uma caução de 3 milhões de euros foi uma das medidas de coacção aplicadas a Ricardo Salgado, depois do ex-presidente do Banco Espírito Santo ter sido interrogado no Tribunal Central de Instrução Criminal.

 

O Negócios apurou que depois de terminado o interrogatório, foi esta a medida de coacção que o juiz Carlos Alexandre decidiu aplicar a Ricardo Salgado, que esta manhã foi detido e constituído arguido no âmbito de diligências efectuadas pelo Ministério Público acerca do processo Monte Branco, que investiga suspeitas de branqueamento de capitais e fraude fiscal.

 

O que foi confirmado minutos depois pela Procuradoria-Geral da República. "Findo o interrogatório judicial, em acordo com a promoção do Ministério Público, foram aplicadas ao arguido as medidas de coacção de sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas", avança um comunicado da Procuradoria-Geral da República disponibilizado às redacções perto da 18h00.

 

No mesmo comunicado, a Procuradoria-Geral da República escreve que "está em causa a

Findo o interrogatório judicial, em acordo com a promoção do Ministério Público, foram aplicadas ao arguido as medidas de coacção de sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas.
 
Comunicado da Procuradoria-Geral da República

eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais".

 

Ricardo Salgado foi esta manhã detido na casa onde reside, no Estoril, tendo começado a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, cerca das 10h30. Sem descontar a pausa para almoço, o interrogatório demorou cerca de sete horas.

 

As suspeitas sobre Ricardo Salgado dirão respeito, sobretudo, às transferências de 14 milhões que o antigo banqueiro recebeu do construtor José Guilherme.  

 

A constituição do antigo presidente do BES como arguido acontece um ano e meio depois de Salgado ter sido ouvido como testemunha no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Em Dezembro de 2012, Salgado testemunhou pelo facto de ser cliente da Akoya, a sociedade de gestão de fortunas que está no centro da investigação Monte Branco.

 

Nessa inquirição, o antigo banqueiro explicou a origem dos 8,5 milhões de euros que recebeu no exterior e que o levaram a aderir ao Regime Excepcional de Regularização Tributária de 2012.

 

Na edição desta quinta-feira o Público escreve também que no quadro deste caso, o Ministério Público investigou 12 transferências de 27,3 milhões de euros efectuadas entre Julho de 2009 e Julho de 2011. Os movimentos terão partido do Banco Espírito Santo Angola para contas de empresas com sede no Panamá e cujos beneficiários são Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires. 

 

A operação Monte Branco está relacionada com um alegado esquema de fuga ao fisco e branqueamento de capitais através da Akoya, sociedade suíça de gestão de fortunas detida por dois dos arguidos neste processo, Michel Canals e Nicolas Figueiredo, antigos quadros do banco suíço UBS, além de Álvaro Sobrinho, presidente não executivo do BES Angola. Segundo explicou o Ministério Público, em nota de Dezembro, em causa está um conjunto de movimentos financeiros, ocorridos entre 2006 e 2012, realizados no quadro de um esquema de ocultação da origem dos fundos e da sua conversão em numerário, abrangendo montantes, na totalidade, "superiores a 30 milhões de euros".

 

(Notícia actualizada às 18h15 com mais informação)

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