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Salgado e Ricciardi impedidos de tomar decisões sobre ESFG e GES

Num comunicado emitido esta noite, o BES faz saber que quem renunciou às funções no conselho de administração do banco não poderá participar na discussão e/ou quaisquer decisões relativas ao Espírito Santo Financial Group (ESFG) e ao GES.

Negócios 11 de Julho de 2014 às 00:38
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"Os membros que renunciaram às funções de administradores do BES, mas que ainda não tenham sido substituídos, declaram-se impedidos de participar na discussão e/ou deliberações de questões relativas ao Grupo ESFG e ao Grupo Espírito Santo", diz o comunicado divulgado na CMVM.

 

"Mais se informa que tais membros serão substituídos após a assinatura das contas de 30 de Junho, o que se prevê ocorrer até 28 do corrente mês de Julho", acrescenta o documento.

 

Nas últimas semanas, o braço-de-ferro na cúpula familiar intensificou-se depois de Ricardo Salgado ter responsabilizado todos os ramos familiares pelas infracções na "holding" de topo do grupo, em entrevista ao Negócios. E a sucessão de notícias sobre os problemas do grupo foram a confirmação pública da guerra que se fazia nos bastidores.

 

A 19 de Junho, Ricardo Salgado, tal como se esperava, demitiu-se da presidência executiva do Banco Espírito Santo, após 22 anos na sua liderança.

 

Por outro lado, a 23 de Junho, José Maria Ricciardi, numa nota enviada às redacções, informou que ia concentrar-se na gestão do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) e abandonar os restantes cargos desempenhados no Grupo Espírito Santo (GES).

 

Nessa mesma carta, Ricciardi garantiu que o fazia depois de ter chegado a ter o apoio da maioria dos membros do conselho superior do GES para liderar o braço financeiro do grupo.

 

A decisão de continuar à frente do BESI causou celeuma na família, já que Ricciardi anunciou a intenção de fazer um aumento de capital na instituição, do qual Salgado se quis distanciar, ao dizer que não era intenção do BES alterar a estrutura accionista da sua unidade de investimento.

Posteriormente, a 1 de Julho, Salgado anunciou, em comunicado à CMVM, a renúncia ao cargo de "chairman" no BESI.

 

Relativamente ao novo CEO do Banco Espírito Santo, no passado sábado (5 de Julho), a ESFG confirmou que Vítor Bento e João Moreira Rato foram escolhidos para substituir Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires no Banco Espírito Santo.

 

Os dois nomes foram bem-recebidos pelo Crédit Agricole, segundo maior accionista do banco, e pelo Banco de Portugal. Para a instituição liderada por Carlos Costa, Vítor Bento e Moreira Rato dão garantias de independência e gestão sã e prudente.

 

Vítor Bento e João Moreira Rato só vão integrar a equipa de gestão do Banco Espírito Santo depois de as contas semestrais estarem fechadas e comunicadas publicamente. Ou seja, após 25 de Julho.

 

À excepção dos membros do clã – Salgado, José Manuel Espírito Santo e José Maria Ricciardi – e do representante do Crédit Agricole (Stanislas Ribes), os restantes gestores executivos do BES permanecerão em funções. O novo líder faz questão de manter Amílcar Morais Pires, que chegou a ser falado para substituir Ricardo Salgado no leme do banco.

 

(notícia actualizada à 01h05)

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