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Lucros do BCP sobem para 50,1 milhões de euros
Os resultados do BCP ficaram acima do esperado pelos analistas no primeiro trimestre. Houve um aumento do lucro em relação aos 46,7 milhões dos primeiros três meses de 2016.
O Banco Comercial Português (BCP) apresentou um lucro de 50,1 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. O valor fica 7% acima dos 46,7 milhões alcançados no mesmo período de 2016.
O resultado, apresentado esta segunda-feira, 8 de Maio, ficou acima do esperado pelos especialistas que acompanham a cotada. A média das estimativas dos analistas compilados pelo Negócios antecipava um lucro de 42 milhões de euros no primeiro trimestre do ano.
A margem financeira da instituição financeira liderada por Nuno Amado marcou uma subida de 14% para 332,3 milhões de euros entre Janeiro e Março de 2017. O banco explica a evolução como a redução do custos dos depósitos (que segue a evolução das taxas de juro em mínimos) e com o reembolso dos CoCos, que deixam de pesar nas contas.
Já as comissões do BCP recuaram 2% para 161 milhões nos primeiros três meses do ano. A soma destas rubricas e de outros proveitos levou a um avanço de 9,4% do produto bancário, que se fixou, no final do primeiro trimestre, em 534 milhões.
No lado dos custos, houve um desagravamento tanto nos encargos com pessoal como nos gastos administrativos, que levou a que os custos operacionais tenham caído 2% para 238,3 milhões de euros.
A evolução positiva do produto e a queda dos custos faz com que os resultados de exploração tenham subido 21% para 295,8 milhões de euros no arranque do ano.
Imparidades voltam a subir mas não no crédito
Este resultado de exploração ainda não inclui o impacto com as imparidades e provisões. Neste campo, o banco comandado por Nuno Amado conseguiu reduzir o dinheiro colocado de lado para cobrir eventuais perdas futuras em créditos. Contudo, aumentou nas imparidades e provisões para outros aspectos, como fundos de reestruturação.
Assim, as imparidades e provisões foram aumentadas para 203,2 milhões de euros, mais 15,5% que nos primeiros três meses do ano passado.
Assim se chega ao lucro de 50,1 milhões no primeiro trimestre, para o qual a operação em Portugal contribui com resultado positivo de 9 milhões.
Depósitos e créditos caem em Portugal
Em relação ao balanço, os depósitos de clientes em Portugal totalizaram 34.632 milhões de euros, uma quebra de 0,8% em termos homólogos. Contando com as operações consolidadas, houve um aumento de 2%.
Já o crédito concedido caiu 2,9% em território nacional, fixando-se em 39.386 milhões de euros. Aqui, a queda nos crédito à habitação e a empresas justificou o comportamento, ainda que tenha havido um aumento no crédito ao consumo, menos significativo para o cômputo global.
Rácio deteriora-se
Olhando para o capital, o rácio de referência que mede o peso dos melhores activos face ao risco, o Common Equity Tier 1, cedeu de 13,2%, em Março de 2016, para 13%, em Março deste ano, segundo as regras actualmente em vigor. Neste caso, os valores do ano passado incluem já o impacto da fusão do banco que o BCP tem em Angola.
Se as regras de regulação europeia já estivessem todas em vigor, o Common Equity Tier 1 tinha subido de 10,1% para 11,2% no último ano.
Para a evolução do rácio contou o reforço de capital no início do ano, o que permitiu o retorno dos CoCos subscritos pelo Estado
As acções do BCP encerraram a sessão desta segunda-feira a cair 2,35% para 0,2246 euros.
(Notícia actualizada às 17:28 com mais informação)