Notícia
Analistas destacam evolução positiva nos resultados do BCP. Acções disparam
O BCP está a negociar em máximos desde Dezembro do ano passado, com o mercado a reagir de forma favorável à melhoria da qualidade dos activos do banco.
As acções do Banco Comercial Português estão a reagir em alta aos resultados do primeiro trimestre, após comentários positivos dos analistas, que destacam a evolução favorável da qualidade dos activos, com o crédito malparado a diminuir.
O banco liderado por Nuno Amado revelou na segunda-feira, 8 de Maio, que fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 50,1 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, um valor que ficou 7% acima dos 46,7 milhões alcançados no mesmo período de 2016 e também superou a previsões dos analistas. A média das estimativas dos analistas compilados pelo Negócios antecipava um lucro de 42 milhões de euros no primeiro trimestre do ano.
As acções do banco estão a valorizar 4,19% para 23,4 cêntimos, tendo já valorizado perto de 6% para 23,75 cêntimos, um máximo desde meados de Dezembro do ano passado. O BCP está a acumular uma valorização de 27,4% em 2017, apresentando uma capitalização bolsista de 3,55 mil milhões de euros.
"Evolução positiva"
O CaixaBI, na nota diária de "research" desta terça-feira, destaca a "evolução positiva da qualidade de activos", assinalando também a evolução favorável de outras variáveis, como a margem financeira e do custo do risco de crédito.
A margem financeira do BCP aumentou 14% para 332,3 milhões de euros, beneficiando do impacto positivo do pagamento das obrigações CoCo ao Estado Português e ao repricing da carteira de depósitos a prazo em Portugal.
O CaixaBI destaca pela positiva que o novo crédito de cobrança duvidosa (mais de 90 dias em atraso) situou-se em 20,7 milhões de euros, o que compara com 126,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano passado e 218,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2015.
"A confirmação da redução gradual do custo do risco de crédito será um indicador chave para o BCP nos próximos trimestres. Não tendo existido desvios recorrentes significativos face às nossas estimativas, mantemos uma visão positiva para o investment case", refere a nota do CaixaBI, assinada por André Rodrigues.
O BPI, que tem a cobertura do BCP sob revisão, também elogia os resultados do BCP, destacando que foram os níveis mais reduzidos das provisões que permitiram ao banco superar as previsões dos analistas. O banco conseguiu uma "evolução positiva nas métricas de qualidade dos activos", com o rácio que mede o crédito em risco a descer meio ponto percentual para 10,4%. Os volumes de crédito também mostraram "sinais positivos", com um crescimento de 247 milhões de euros no trimestre.
Numa nota a clientes, citada pela Bloomberg, o KBW assinala que as provisões para crédito malparado foram "melhores do que o esperado", embora outras imparidades tenham ficado acima das expectativas. Apesar de destacar a melhoria no crédito malparado, este banco de investimento assinala que a taxa de cobertura "permanece baixa" e o rácio e stock de crédito malparado permanecem "elevados" face aos pares.
As imparidades e provisões foram aumentadas para 203,2 milhões de euros, mais 15,5% que nos primeiros três meses do ano passado.