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Isabel dos Santos enviou carta com proposta de fusão entre o BPI e o BCP

A Santoro, detida por Isabel dos Santos, enviou na noite de segunda-feira uma carta aos presidentes das comissões executivas do CaixaBank, BPI e BCP, Gonzalo Gortázar, Fernando Ulrich e Nuno Amado, respectivamente, onde propõe que se analise uma fusão entre o BCP e o BPI, disse ao Negócios fonte conhecedora do processo. O Negócios sabe que o BCP já recebeu a missiva e que vai, em breve, comunicar este facto à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Isabel dos Santos à saída da reunião que durou cerca de 30 minutos
Miguel Baltazar/Negócios
03 de Março de 2015 às 10:16
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A carta enviada às administrações dos bancos é assinada por Mário Leite Silva, administrador da Santoro que é também vogal do conselho de administração do BPI. A proposta de fusão é a resposta da empresária angonala à OPA lançada pelo CaixaBank ao BPI a 17 de Fevereiro. 

 

O Negócios sabe que o BCP já recebeu a missiva e que vai, em breve, comunicar este facto à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.     

 

Isabel dos Santos, através da Santoro, detém uma participação de 18,6% no banco liderado por Fernando Ulrich e o seu voto é determinante para o CaixaBank conseguir satisfazer uma das condições da OPA, a desblindagem dos estatutos. O banco catalão tem 44,1% do BPI mas os direitos de voto estão limitados a 20%.

 

Na missiva, Mário Leite Silva sublinha as vantagens desta fusão. Uma delas seria a criação do maior banco privado português com operações em Angola, Moçambique e Polónia e a outra a criação de um núcleo accionista forte e diversificado. Num cenário destes, o banco resultante da fusão teria accionistas angolanos, espanhóis e portugueses.

 

Uma terceira vantagem desta fusão, argumenta a Santoro, seria a de assegurar uma gestão profissional, portuguesa e independente dos accionistas do banco que resultaria desta fusão.

 

Num cenário de fusão os angolanos passariam a deter 21% do novo banco, sendo 13,52% da Sonangol, 5,76% de Isabel dos Santos e 1,81% da Interoceânico, que detém 2,61% do BCP. Já os espanhóis do CaixaBank, actuais accionistas do BPI, ficariam com uma posição de 13,44%.

 

Este dado confirma o que o Negócios avançou na edição desta terça-feira, 3 de Março, de que uma eventual fusão entre o BCP e o BPI tornaria os investidores angolanos os maiores accionistas da nova instituição. 

 

A proposta de fusão entre o BPI e o BCP é a resposta de Isabel dos Santos à oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank a 17 de Fevereiro. O grupo catalão liderado por Isidro Fainé avançou com a OPA para eliminar o limite aos direitos de voto existente no BPI e passar a controlar mais de 50% do capital da instituição, onde actualmente tem uma posição de 44,1%, mas um poder de voto de 20%.

 

Isidro Fainé já reagiu à proposta da empresária angolana, afirmando que "o jogo ainda agora começou".

 

A bolsa portuguesa abriu a subir e tem estado a acentuar esses ganhos com a valorização do BPI e do BCP. A CMVM já pediu na segunda-feira esclarecimentos oficiais a Isabel dos Santos. 

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