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Governo confirma recondução de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal

O Conselho de Ministros aceitou reconduzir Carlos Costa na liderança do regulador do sector financeiro, ainda antes de se conhecerem publicamente as recomendações da avaliação interna feita ao Banco de Portugal. Segue-se audição parlamentar.

Bruno Simão/Negócios
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O Governo convidou mesmo Carlos Costa para continuar a ser o governador do Banco de Portugal, confirmou esta quinta-feira, 28 de Maio, o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, após a reunião do Conselho de Ministros.

"A atitude do governador e do conselho de administração do Banco de Portugal foi uma atitude de grande coragem e vertendo uma situação que, no passado, nunca tinha sido feita", comentou o governante nas respostas aos jornalistas depois de perguntas sobre o tema. O Executivo faz uma "apreciação claramente positiva ao trabalho do governador do Banco de Portugal nos últimos cinco anos".

 

A recondução de Carlos Costa vinha sendo noticiada há já uma semana – embora o governador tenha fugido às questões que lhe foram feitas sobre o tema – e foi confirmada no encontro que reúne, semanalmente, todos os ministros. Carlos Costa é, assim, o nome do Governo para passar mais cinco anos enquanto líder do regulador do sector financeiro.  

 

Audição parlamentar

 

Segue-se, agora, uma audição parlamentar do nome indigitado pelo Conselho de Ministros. Entrou em vigor na semana passada uma nova lei que obriga a essa audição parlamentar e a um relatório sobre esse acto. A audição não tem qualquer poder vinculativo ou de veto por parte dos partidos, pelo que, se o Governo quiser, pode dar poder ao nome por si proposto. Marques Guedes recusa, contudo, a ideia de que a audição não tem utilidade.

 

"É um acto de transparência, de apresentação, por parte dos indigitados, de qual o programa de acção. Não olho, de todo, para as audições parlamentares como um mero pro-forma", defendeu o governante respondendo aos jornalistas, adiantando que as "audições parlamentares só dignificam uma investidura".

 

Depois da audição parlamentar e do relatório que se lhe segue, o nome regressa ao Governo que, depois, vai deliberar se mantém Carlos Costa como a sua decisão final ou se avança com outro nome.


Questionado sobre as conclusões críticas negativas a Carlos Costa no âmbito do acompanhamento ao Banco Espírito Santo no relatório final da comissão de inquérito, que aponta por exemplo para uma actuação "tardia", Marques Guedes argumentou que a comissão parlamentar também apontou elementos positivos: "houve uma actuação da parte do supervisor que foi uma actuação fundamental para que as coisas tivessem corrido como correram, para que os contribuintes não ficassem com a responsabilidade total devido a actos de gestão danosa".

 

Nas respostas aos jornalistas, o membro do Governo PSD/CDS quis frisar que Carlos Costa foi designado governador em 2010 por parte do anterior Executivo, suportado pelo Partido Socialista.

 

Recondução antes de relatório e venda do Novo Banco

 

Na audição parlamentar em que fez o balanço da sua actividade, esta quarta-feira, Carlos Costa admitiu que o caso BES foi o mais marcante do ano passado mas recusa que ele marque o seu mandato, iniciado em 2010, quando substitui Vítor Constâncio. Contudo, o seu nome é indigitado antes de serem conhecidas publicamente as conclusões da avaliação interna que o próprio governador pediu para ser feita aos últimos meses de vida do Banco Espírito Santo.

 

O regulador disse ontem que apenas as recomendações deixadas dessa avaliação interna serão conhecidas. O relatório ficará secreto devido ao "segredo bancário" – o Partido Socialista já avançou com um requerimento a pedir a "cópia integral" deste documento.

 

A recondução é feita, também, antes de concluída a venda do Novo Banco, que se encontra ainda na fase da entrega de propostas vinculativas por parte dos cinco candidatos.

 

Neste momento, encontra-se ainda por resolver a questão do papel comercial emitido por sociedades do GES vendido aos balcões do BES - se é que haverá reembolso do valor. Os investidores estrangeiros que adquiriram produtos do BES também aguardam uma solução. 

 

O primeiro mandato de Carlos Costa, iniciado em 2010, termina em Junho. 

 

(Notícia actualizada às 14h40 com mais informações)

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