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De onde vêm e para que servem os mais de 5 mil milhões de recapitalização da CGD

No total, a recapitalização da Caixa supera os 5.000 milhões. O Estado, directamente, vai injectar 2,7 mil milhões. Saiba de onde vêm os restantes fundos e para que servirão.

Cátia Barbosa/Negócios
25 de Agosto de 2016 às 09:49
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O esforço público com a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ascende a 4.160 milhões de euros, com 2,7 mil milhões a serem injectados directamente pelo Estado, através de um aumento de capital. Há ainda 960 milhões de euros que serão transferidos, através da conversão em acções de instrumentos de capital contingente, os chamados CoCos.

 

Além destas operações (injecção de capital e conversão em acções dos CoCos), serão ainda transferidos os 49% da ParCaixa para a CGD, uma posição avaliada em 500 milhões de euros. A ParCaixa já é detida em 51% pelo banco estatal.

 

Assim, e no total, o esforço do Estado ascende a 4.160 milhões de euros.

 

Mas o banco terá ainda de angariar mais 1.000 milhões de euros, através da venda de dívida. Esta operação será realizada em duas fases e com recurso à emissão de dívida subordinada destinada a privados.

 

O dinheiro angariado através destas operações já está determinado no plano elaborado pelo Governo com a nova gestão do banco, que será liderada por António Domingues.

 
Para onde vai

A recapitalização da Caixa servirá para reforçar a solidez para níveis acima dos 12%. Uma folga que permitirá à CGD acomodar uma situação futura de stress do sistema bancário ou da economia, sem necessitar de um novo aumento de capital nos próximos cinco anos.

 

O plano de negócios da Caixa para os próximos cinco anos inclui um programa de redução de pessoal e de encerramento de balcões, um processo que Mário Centeno admitiu implicar um plano "muito ambicioso" de reformas. Esta redução de pessoal deve levar à saída de 2.500 trabalhadores. E vai exigir um investimento de cerca de 500 milhões de euros para financiar as indemnizações no caso de aposentações antecipadas.

 

A capitalização destina-se ainda a reforçar as imparidades para crédito malparado e outros activos, como imóveis. O objectivo é aumentar o nível de provisionamento e alinhá-lo com os níveis mais elevados do mercado. Hoje, a taxa de cobertura do malparado é de cerca de 60% e há instituições com um nível de 80%. O valor da capitalização reflecte ainda o montante que venha a ser necessário fixar para imparidades adicionais que tenham de ser registadas.

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