O ministro das Finanças disse esta quarta-feira que o Governo quer fechar o montante de dinheiro fresco a injectar na Caixa no prazo de dois meses e admitiu que o valor de 2,7 mil milhões de euros de injecção de capital é um montante máximo acordado com Bruxelas. Isto significa que o aumento de capital da Caixa não está fechado e pode ficar abaixo daquele tecto previamente negociado.

Em Agosto, o Governo anunciou as linhas gerais do plano acordado para Caixa com a Comissão Europeia e que prevê uma injecção de dinheiro fresco que pode ir até 2,7 mil milhões de euros.

O montante de recapitalização vai ser "apurado" através dos procedimentos acordados com a Comissão Europeia, "com o envolvimento dos auditores da Caixa, da administração e da Comissão Europeia", disse o ministro das Finanças, Mário Centeno, no Parlamento, onde está a responder a várias perguntas dos deputados.

Centeno acrescentou que esta fase terá "um prazo expectável de conclusão de dois meses". O ministro disse ainda que a injecção de capital está "limitada" ao valor de 2,7 mil milhões de euros.

O ministro das Finanças não confirmou que o plano de investimento da Caixa preveja 700 milhões de euros para financiar a saída de trabalhadores.

Antes, o secretário de Estado do Tesouro, Ricardo Mourinho Félix, garantiu que serão dadas "condições civilizacionais" aos trabalhadores que saírem da Caixa. Está previsto que isso possa acontecer através de reformas, reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.

O governante adiantou que o fundo de pensões da Caixa será financiado para fazer face às reformas antecipadas, o que está previsto no plano de investimento do banco público.

Além disso, Ricardo Mourinho Félix justificou que nos últimos anos a banca reduziu cerca de 30% o número de funcionários ao passo que na Caixa essa quebra se ficou pelos 10%.