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DBRS só avalia impacto da CGD após emissão de dívida
Antes de decidir se vai alterar a notação de risco de Portugal por causa da capitalização da Caixa, a DBRS quer verificar qual o interesse do mercado pela dívida subordinada que o banco tem de emitir.
Antes de avaliar o impacto da capitalização da Caixa Geral de Depósitos na notação de risco de Portugal, a agência de "rating" DBRS quer ver como corre a emissão de dívida subordinada que o banco do Estado está obrigada a fazer.
"Será importante verificar qual o nível de apetite dos investidores pela emissão de 1.000 milhões de dívida subordinada que a Caixa pretende colocar. Até verificarmos esse interesse será difícil avaliar o impacto da operação nas contas públicas", alertou o líder da área de dívida soberana da DBRS, Fergus McCormick, citado pela Reuters.
Ainda assim, este responsável considera que a "a proposta do ministro das Finanças para recapitalizar a CGD é uma demonstração importante do esforço de limpeza do sistema bancário".
A posição da DBRS sobre o impacto da capitalização da Caixa nas contas públicas é crucial, uma vez que a notação que a agência canadiana atribui à República é a única avaliação que permite a Portugal continuar a participar no programa de recompra de dívida que o Banco Central Europeu tem em marcha. Actualmente, a entidade atribui ao país uma nota de BBB (baixa), ou seja, considera a qualidade de crédito adequada, que é o último nível da categoria de investimento.
A DBRS voltará a emitir uma nota sobre Portugal em Outubro, altura em que vai rever a avaliação. Esta avaliação será publicada uma semana depois de o Governo português enviar para Bruxelas o plano orçamental para 2017 bem como um conjunto de medidas que permitam, nos próximos anos, manter de forma sustentável o défice orçamental abaixo do limite de 3% do PIB.