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Estado financia-se em mil milhões de euros. Taxa a dez anos baixa

A agência que gere o crédito público colocou o montante máximo pretendido num duplo leilão de obrigações a cinco e a dez anos. Na maturidade mais longa, a taxa foi a mais baixa de todos os leilões do ano.

Pedro Elias/Negócios
31 de Agosto de 2016 às 10:46
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O Estado colocou o montante máximo pretendido no duplo leilão de obrigações do Tesouro a cinco e a dez anos. Na maturidade mais longa foram colocados 550 milhões de euros com uma taxa de 3,027%, segundo dados avançados pela Bloomberg, o que compara com o juro de 3,093% na última emissão comparável, realizada em Julho.

Foi a taxa mais baixa em todos os leilões de OT a dez anos realizados este ano. Apenas numa emissão com recurso a sindicato bancário, feita no início do ano, o Estado obteve uma taxa mais baixa, de 2,979%.

Apesar da descida da taxa a dez anos, na maturidade a cinco anos a taxa subiu em relação à última operação semelhante, realizada em Junho. Nos títulos deste prazo, o Estado colocou 450 milhões de euros com uma taxa de 1,87% (na última operação neste prazo havia sido 1,843%).

Já a procura aumentou nas duas linhas. Nos títulos a dez anos ficou 1,72 vezes acima da oferta, o que compara com o rácio de 1,49 vezes registado na última operação. Já no prazo a cinco anos a procura excedeu em 2,15 vezes o montante colocado. No último leilão semelhante o rácio tinha sido de 1,98 vezes. 

A emissão ocorreu pouco tempo depois de alguns analistas, como os do Nomura, da Capital Economics e do Berenberg, terem lançado alguns alertas sobre Portugal. Isto após os comentário do responsável pela análise de ratings soberanos da DBRS, Fergus McCormick, à Reuters a referir que as pressões sobre o "rating" aparentavam estar a aumentar, apesar de se mostrar confortável com a perspectiva estável para a notação portuguesa.

A agência canadiana é a única das que são consideradas pelo BCE que avalia Portugal em grau de investimento, o que permite às obrigações nacionais serem incluídas no programa de compras do banco central. Em declarações recentes ao Negócios, o responsável da DBRS, detalhou que para já não vê motivos para baixar o "rating" nacional.

A operação desta quarta-feira foi também a primeira após o governo anunciar o plano de recapitalização para a Caixa Geral de Depósitos na semana passada. O Estado irá injectar até 2,7 mil milhões de euros no banco público, valor que levará a alterações no plano de financiamento. No entanto, antes da emissão, David Schnautz, estratego do Commerzbank referia que "a reacção do mercado às notícias da recapitalização foi muito limitada".

Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa, considera que "apesar de o risco Portugal ter subido um pouco, na dívida de longo prazo não se notou qualquer impacto". E conclui, numa nota envida às redacções: "Os leilões decorreram com normalidade, em linha com as taxas que já estavam a ser praticadas no mercado". 

 


(Notícia actualizada às 11:15 com mais informação e com dados do IGCP)

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