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Mourinho Félix: Caixa já iniciou contactos para colocar dívida subordinada

Mourinho Félix alerta para o potencial impacto dos problemas do Deustche Bank nas condições de mercado. Mas acredita num juro abaixo de 10% na colocação de dívida subordinada por parte da Caixa Geral de Depósitos

Bruno Simão/Negócios
06 de Outubro de 2016 às 20:07
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já começou a fazer contactos para colocar mil milhões de euros de dívida subordinada, uma das condições estabelecidas para que o plano de recapitalização avance. Mourinho Félix revelou, numa entrevista à Bloomberg TV, que a administração do banco público "já começou a contactar o mercado e que os contactos preliminares são bastante promissores no que diz respeito a colocar o montante total que é necessário".

O secretário de Estado das Finanças considera que a operação pode ser feita a um preço "aceitável". Referiu que "os números iniciais apontavam para um nível de 10%, mas tenho a certeza que com um ‘roadshow’ bem feito e com a divulgação de informação, possa descer". No entanto, Mourinho Félix advertiu que isso dependerá das condições do mercado. Uma taxa de "8% seria o valor que gostaríamos. Mas com todos os problemas com o Deutsche Bank, isso cria risco adicional para os bancos".

Já em relação ao problema do crédito malparado, o secretário de Estado das Finanças refere que a possibilidade de criar um veículo para ajudar a banca a lidar com o crédito malparado "está em cima da mesa". Mas adverte que "o Sistema bancário deve estar consciente de que precisam de liderar o processo de resolver o problema do crédito em incumprimento nos seus balanços".

No máximo, a operação de recapitalização da CGD ascenderá a 5.160 milhões de euros. Além da conversão de "CoCos" e das acções da Parcaixa, a CGD receberá um máximo de 2.700 milhões de dinheiro fresco e terá de levantar 1.000 milhões de euros de dívida com "elevada subordinação" junto de investidores privados, de acordo com o plano acordado com Bruxelas.

Tal como avançou o Negócios a 4 de Outubro, o Governo pode avançar com uma capitalização faseada da CGD, havendo margem para concretizar um aumento de capital de 1.460 milhões de euros até ao final do ano sem necessidade de o Estado ter de mobilizar dinheiro fresco.

Este valor pode ser assegurado com a conversão em capital dos 900 milhões de euros de instrumentos de capital contingente ("CoCos") já subscritos pelo Estado, a que acrescem 60 milhões de juros corridos, e com a transferência para a CGD dos 49% da Parcaixa detidos pela Parpública, avaliada em 500 milhões.

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