Notícia
PSD diz que "falta transparência" na recapitalização da CGD
Maria Luís Albuquerque diz que não se sabe "o que vai fazer a Caixa, depois dessa recapitalização", esperando que não seja para a instituição se sentar "em cima de uma almofada de capital e não conceder crédito".
08 de Outubro de 2016 às 14:34
A vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque criticou este sábado, 8 de Outubro, a "falta de transparência" que tem envolvido a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e alertou que ninguém sabe ainda quanto é que o processo vai custar.
"A minha esperança é que [o processo] se traduza numa Caixa capaz de actuar. Mas nem essa garantia temos. O que sabemos, para já, é que vai sair caro, mas não sabemos quanto nem para quê", afirmou a ex-ministra das Finanças, no Porto, durante o colóquio "A Banca - o Presente e Futuro", promovido pelos Trabalhadores Social Democratas (TSD).
Para Maria Luís Albuquerque, "se há coisa que este processo não tem tido é qualquer transparência".
"Acho que ninguém pode afirmar seriamente que há uma vitória [com a aprovação do plano de recapitalização por parte da União Europeia]. Não sabemos quanto se conseguiu nem o que vamos pagar por isso. Nem os contribuintes, nem os trabalhadores ou os clientes da Caixa", frisou.
Notando que não se sabe, também, "o que vai fazer a Caixa, depois dessa recapitalização", a social-democrata disse esperar que não seja para a instituição se sentar "em cima de uma almofada de capital e não conceder crédito".
"Foi-nos transmitido que tinha sido conseguida uma grande vitória do Governo porque as autoridades europeias permitiram uma recapitalização. Mas não sabemos quanto custa. O número de trabalhadores que vão perder o seu emprego, quantos são? O negócio da Caixa que vai ter de ser alienado, o que é que isso representa? Em que mercados vai deixar de estar presente? Onde é que deixa de dar apoio aos emigrantes? Em África? Vai sair da Europa?", questionou Maria Luís Albuquerque.
De acordo com a ex-ministra, não se sabe "ao certo, sequer, quanto dinheiro vai ser posto" na CGD.
"Aparentemente, há um limite máximo, mas o valor exacto está dependente do resultado de auditorias que ainda estão a decorrer", disse.
Durante o colóquio, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, sustentou que a solução para a crise da banca nacional "devia ser europeia".
O responsável acrescentou que Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) já defendeu, também, "a utilização de um mecanismo europeu para resolver um problema que é sistémico".
A Comissão Europeia anunciou no fim de Agosto ter chegado a um acordo de princípio com o Governo português para a recapitalização da CGD "em condições de mercado".
De acordo com um porta-voz do executivo comunitário, as autoridades portuguesas irão injectar 2,7 mil milhões de euros no capital da CGD, transferir as suas acções ParCaixa para a CGD e converter em capital 900 milhões de euros de instrumentos de capital contingente (as chamadas 'CoCo bonds'), segundo a mesma fonte.
"A minha esperança é que [o processo] se traduza numa Caixa capaz de actuar. Mas nem essa garantia temos. O que sabemos, para já, é que vai sair caro, mas não sabemos quanto nem para quê", afirmou a ex-ministra das Finanças, no Porto, durante o colóquio "A Banca - o Presente e Futuro", promovido pelos Trabalhadores Social Democratas (TSD).
"Acho que ninguém pode afirmar seriamente que há uma vitória [com a aprovação do plano de recapitalização por parte da União Europeia]. Não sabemos quanto se conseguiu nem o que vamos pagar por isso. Nem os contribuintes, nem os trabalhadores ou os clientes da Caixa", frisou.
Notando que não se sabe, também, "o que vai fazer a Caixa, depois dessa recapitalização", a social-democrata disse esperar que não seja para a instituição se sentar "em cima de uma almofada de capital e não conceder crédito".
"Foi-nos transmitido que tinha sido conseguida uma grande vitória do Governo porque as autoridades europeias permitiram uma recapitalização. Mas não sabemos quanto custa. O número de trabalhadores que vão perder o seu emprego, quantos são? O negócio da Caixa que vai ter de ser alienado, o que é que isso representa? Em que mercados vai deixar de estar presente? Onde é que deixa de dar apoio aos emigrantes? Em África? Vai sair da Europa?", questionou Maria Luís Albuquerque.
De acordo com a ex-ministra, não se sabe "ao certo, sequer, quanto dinheiro vai ser posto" na CGD.
"Aparentemente, há um limite máximo, mas o valor exacto está dependente do resultado de auditorias que ainda estão a decorrer", disse.
Durante o colóquio, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, sustentou que a solução para a crise da banca nacional "devia ser europeia".
O responsável acrescentou que Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) já defendeu, também, "a utilização de um mecanismo europeu para resolver um problema que é sistémico".
A Comissão Europeia anunciou no fim de Agosto ter chegado a um acordo de princípio com o Governo português para a recapitalização da CGD "em condições de mercado".
De acordo com um porta-voz do executivo comunitário, as autoridades portuguesas irão injectar 2,7 mil milhões de euros no capital da CGD, transferir as suas acções ParCaixa para a CGD e converter em capital 900 milhões de euros de instrumentos de capital contingente (as chamadas 'CoCo bonds'), segundo a mesma fonte.