Questionado pelo Negócios, no final da conferência de apresentação do projecto académico sobre Custo de Capital na Bolsa Portuguesa, sobre a possibilidade da utilização do Sistema de Indemnização aos Investidores (SII)  no caso do papel comercial do BES, Carlos Tavares disse achar "altamente improvável".

A utilização do SII no caso BPP levou a que vários clientes do BES estejam a estudar a possibilidade de ver as suas perdas ressarcidas através deste fundo, noticiou esta terça-feira o Negócios. Fonte oficial disse que tinha já indicado que "o regime do SII é claro no sentido de que não cobre risco de crédito de entidades emitentes", excluindo por isso os investidores de papel comercial de sociedades do GES, vendidos aos balcões do BES.

No encerramento da conferência de apresentação do projecto, inserido no âmbito das comemorações da Global Money Week, Carlos Tavares afirmou que "vivemos o momento mais difícil do mercado de capitais dos últimos 30 anos", disse. O presidente da CMVM salientou a diminuição, nos últimos anos, de emitentes, investidores, volume e sobretudo da confiança, "a base de tudo, o elemento em que assenta o mercado". Tavares afirmou que todas as grandes empresas cotadas na bolsa tiveram os seus casos, referindo nomeadamente o BES e PT, que contribuíram para a perda de confiança dos investidores. "É essencial introduzir mecanismos de avaliação de idoneidade" dos gestores, afirmou. 

Sem referir nenhum caso específico, Carlos Tavares afirmou ainda que aplicar em acções ou obrigações "é tão digno como aplicar num depósito a prazo" e que estes investidores precisam de tanta, ou até, mais protecção porque estão a incorrer em riscos maiores.