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Brexit: Transferir trabalhadores pode custar mais de 400 milhões a cada banco

Com a saída do Reino Unido da União Europeia, muitos bancos estão a tentar deslocalizar os seus trabalhadores para fora de Londres. A factura dessa mudança pode ascender a 500 milhões de dólares.

Donald Trump não é fã do projecto do euro, nem da União Europeia. Tem sido elogioso do Brexit e disse mesmo esperar que outros países sigam o mesmo caminho. Uma opinião partilhada pelo homem apontado na imprensa como o próximo embaixador dos EUA na União Europeia. Ted Malloch afirmou numa entrevista à BBC que o melhor investimento que se pode fazer em 2017 é 'apostar na queda do euro', antecipando o colapso da moeda única. Disse também que, depois de ter ajudado a desmembrar a União Soviética, poderá fazer o mesmo em relação à União Europeia. Malloch não foi ainda confirmado.
reuters
02 de Outubro de 2017 às 09:11
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Com o resultado do referendo à permanência do Reino Unido na União Europeia a ditar a saída do país do bloco económico, muitos bancos internacionais, cuja sede europeia está na capital britânica, começaram a olhar para outras geografias.

Deslocalizando as suas sedes europeias, muitos funcionários da empresa podem acompanhar esse movimento e a factura dessas mudanças pode ascender por banco a 500 milhões de dólares (mais de 423 milhões de euros) ou mais, de acordo com fontes da Bloomberg que estão familiarizadas com os planos de contingência dos bancos.

Os custos, segundo a agência, estão a subir, em parte, porque para os bancos está a ser mais difícil do que o antecipado persuadir alguns funcionários londrinos a irem para outras cidades, como Dublin, Paris ou Frankfurt. "Não há dúvida que os custos são significativamente maiores do que os bancos esperavam originalmente", disse à Bloomberg Jon Terry, partner
e especialista da PricewaterhouseCoopers.

"Não há pessoas qualificadas suficientes nos mercados locais da UE para irem ao encontro das necessidades dos bancos, por isso têm a necessidade de mover os funcionários mais caros de outra parte. E muitas dessas pessoas não querem ir", acrescentou.

De forma a atrair estes funcionários de topo, os bancos podem ter de oferecer regalias que incluem habitação e escolas privadas para os filhos dos funcionários. O especialista estima que alguém que ganhe um milhão de libras no Reino Unido pode vir a custar 1,5 milhões de libras em Paris ou em Frankfurt.


Dublin e Frankfurt


Tanto a capital irlandesa como a capital financeira da Alemanha parecem ser as eleitas da maioria dos bancos internacionais para a sua futura sede na União Europeia, após o Brexit. Apesar de ainda faltar mais de um ano para o Reino Unido deixar o bloco económico – sairá em Março de 2019 – e as negociações para essa saída ainda estarem longe de concluídas, várias instituições financeiras internacionais já revelaram qual vai ser a sua nova "casa".

O norte-americano Bank of America escolheu Dublin como localização do seu principal centro na União Europeia depois de o Reino Unido abandonar o bloco regional em 2019. Segundo um comunicado da instituição em Julho, o Bank of America vai mudar parte dos seus serviços de Londres para a capital irlandesa – onde já tem operações - e outras cidades da União Europeia.


O Morgan Stanley escolheu Frankfurt para a sua nova sede da unidade de trading após o Brexit. A instituição tem planos para deslocar uma parte do seu negócio de corretagem de Londres para a capital financeira da Alemanha. E parte da operação de gestão de activos do banco vai para capital irlandesa, Dublin.

A cidade alemã de Frankfurt, sede do Banco Central Europeu, foi também a eleita pelo Citigroup para o seu novo centro de corretagem na União, criando entre 150 a 250 novos empregos na capital financeira alemã, noticiou a Bloomberg.

E o banco alemão Deutsche Bank em Agosto ainda não tinha fechado os planos, mas o cenário base do banco passa pela transferência de 4.000 postos de trabalho que estão no Reino Unido para um país da União Europeia. 

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