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Reino Unido: 30 personalidades do partido Conservador pedem demissão de May

O futuro de Theresa May enquanto primeira-ministra britânica poderá estar em risco, numa altura em que há uma lista com o nome de cerca de 30 elementos do Partido Conservador que querem escolher um novo líder para o partido e para o Governo.

Reuters
06 de Outubro de 2017 às 11:31
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A permanência de Theresa May como primeira-ministra do Reino Unido e como líder do Partido Conservador poderá estar em risco. Em Junho, May perdeu a maioria absoluta nas eleições gerais, que convocou com a expectativa de ver a sua posição em relação ao Brexit consolidada. Venceu as eleições, mas ficou mais fragilizada.

Agora há cerca de 30 elementos do seu partido que querem escolher um novo líder.


Grant Shapps, antigo chairman dos Conservadores, já veio a público dizer que tem uma lista com o nome de cerca de 30 elementos do partido que querem escolher um novo líder para o partido e para a chefia de Governo, escreve a Bloomberg. Esta lista, acrescenta, está a crescer e inclui cinco nomes de antigos ministros e elementos dos Conservadores que têm visões distintas para o Brexit.

"Pensamos que a primeira-ministra deveria agora afastar-se de forma voluntária para que possa haver, o mais rápido possível, eleições para uma nova liderança", disse Grant Shapps, numa entrevista telefónica à Bloomberg. "É claro que precisamos de fazer ‘reboot’ [iniciar] e isso significa que é tempo de seguir em frente", acrescentou.

Apesar deste descontentamento, não é claro que esteja reunido o apoio necessário para que Theresa May seja obrigada a sair tanto da liderança do partido, como do Governo, sustenta a mesma fonte.


Para evitar uma saída da primeira-ministra, vários ministros tornaram públicas mensagens de apoio. Amber Rudd, ministra da Administração Interna, publicou um artigo de opinião no diário The Telegraph que diz: "ela deve ficar". Michael Gove, ministro do Ambiente, esteve em várias estações de televisão onde transmitiu a mesma mensagem, de acordo com a agência de notícias.

Brexit sem May?


A saída de May nesta altura poderia destabilizar as negociações em curso para o Brexit, sugere a Bloomberg. É que seriam necessários cerca de três meses para que os Conservadores elegessem um novo líder.

As negociações para a saída do Reino Unido do bloco europeu têm revelado posições diferentes em ambos os lados. No passado fim-de-semana, após o fim da quarta ronda de negociações, as posições tornadas públicas reflectiam diferenças claras. Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, à entrada para uma cimeira na Estónia, adiantou que só por "milagre" é que haverá até final de Outubro progressos suficientes nas negociações com o Reino Unido sobre o Brexit que permitam iniciar a discussão sobre a futura relação. "Daqui até final de Outubro não teremos progressos suficientes, a não ser que aconteça um milagre", declarou Juncker.

Theresa May dizia que estava "satisfeita por as negociações terem conhecido progressos". "Estou desejosa de desenvolver uma relação profunda e especial com a União Europeia, que considero que não é só do interesse do Reino Unido, mas também da UE".

Poucos dias depois, tanto Juncker como Michel Bernier, negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, pediram ao Reino Unido clareza nas suas posições.

Nos dias 19 e 20 de Outubro, vai decorrer uma cimeira europeia e antes disso vai ter lugar uma nova ronda de negociações. Começará a 9 de Outubro e, no final da mesma, Michel Barnier vai ter de revelar se foram alcançados "progressos suficientes". Se for esse o caso, algo que até agora ainda não foi dito, o responsável pode recomendar aos 27 que seja dado início as negociações relativas à futura relação comercial.

Entretanto, Philip Hammond, ministro britânico das Finanças, adiantou que o acordo de transição que o Reino Unido pretende obter vai tornar-se menos valioso se não for alcançado em breve, de acordo com a Bloomberg.

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