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Brexit: UE pode alterar mandato de Barnier para abordar mais cedo a questão da transição

Fontes da Bloomberg antecipam que na cimeira de Outubro, os líderes europeus podem promover uma alteração no mandato do negociador chefe da UE para que a discussão sobre o acordo de transição possa começar mais cedo que o previsto.

Neil Hall/Reuters
28 de Setembro de 2017 às 12:00
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Pode ser uma pequena concessão que permita desbloquear um pouco o impasse. A União Europeia (UE) pode estar disponível para começar a debater o período de transição para o Reino Unido mais cedo que o anteriormente antecipado, de acordo com fontes da Bloomberg, que pediram o anonimato. Ainda assim, não tão cedo quanto Londres gostaria, isto é, já no próximo mês.

Na cimeira dos líderes europeus de Outubro, os 27 podem debater uma alteração ao mandato de Michel Barnier, negociador chefe do lado da União Europeia, de forma a que possa ser iniciada a discussão sobre o acordo de transição antes do que estava previsto, avançaram fontes da agência de informação. Está também a ser ponderada uma mudança de linguagem, para que no comunicado da cimeira conste uma garantia: provavelmente um período de transição vai ser concedido ao Reino Unido.

Esta concessão, que ainda não está confirmada, pode representar um sinal de abertura de Bruxelas, que tem defendido que o tema do período de transição deve ser debatido depois de outras questões estarem solucionadas (como a relação comercial entre as duas economias e os termos para o "divórcio"). E pode também permitir que Londres elimine algumas reticências que tem apresentado, como por exemplo em debater a questão da factura do Brexit.

Há dias, foi noticiado que Londres tinha preparado um cheque no valor de 20 mil milhões de euros para enviar para Bruxelas. A questão, contudo, é que este valor é muito abaixo do que pretende a Alemanha e a França. De acordo com as notícias publicadas no primeiro semestre do ano, Berlim e Paris querem que o cheque que Londres envie para Bruxelas seja de cem mil milhões de euros.

O que é promoveu esta mudança?


No final da semana passada, Theresa May proferiu um longo discurso sobre o Brexit. Um dos pontos abordados foi a factura a pagar. May não falou em valores, tendo dito apenas que o Reino Unido vai honrar os seus compromissos orçamentais. "Não quero que os nossos parceiros temam ter de pagar mais e receber menos durante o período que falta do actual plano orçamental, em resultado da nossa decisão de sair", sustentou. "O Reino Unido vai honrar os compromissos que assumimos durante o período em que fomos membros", acrescentou.

E estas palavras da primeira-ministra britânica terão sido bem recebidas em Bruxelas e permitido alguma flexibilização, pelo menos na maneira como as negociações estão estruturadas, adianta a Bloomberg.

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