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JPMorgan pode comprar edifício em Dublin com capacidade para 1.000 funcionários
O JPMorgan está a negociar a aquisição de um edifício na capital da Irlanda numa altura em que a instituição pondera expandir as suas operações para Dublin após a saída do Reino Unido da União Europeia. Edifício em questão tem capacidade para mil pessoas.
O JPMorgan está a negociar a compra de um edifício de escritórios em Dublin, na zona Capital Dock, numa altura em que o banco pondera a hipótese de expandir as suas operações para a capital irlandesa na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia. A notícia está a ser avançada pela Bloomberg e pelo Irish Times, que citam fontes com conhecimento do processo.
O edifício em questão tem cerca de 12 mil metros quadrados de espaço, o que permite a instalação de mais de mil funcionários.
Em comunicado, o banco de investimento assume que "outras opções continuam em cima da mesa". "Queremos ver como é que as negociações decorrem. Não foi tomada uma decisão final", refere a instituição citada pela Bloomberg.
Esta decisão de estar à procura de "uma nova casa" não é propriamente surpreendente uma vez que Daniel Pinto, o líder do banco de investimento JPMorgan, e Mary Callahan Erdoes, CEO da unidade de gestão de activos, num memorando interno a que a agência teve acesso, consideram que "vai ser inevitável perguntar a alguns funcionários se podem considerar uma deslocalização". "Vamos notificar-vos assim que estivermos preparados para fazer as mudanças que podem ter um impacto no nosso negócio em específico", referia ainda o memorando.
Mas o JPMorgan não é a única instituição que está a ponderar abrir escritórios fora de Londres. De acordo com a Bloomberg, o Lloyd’s of London, um mercado de seguros que nasceu em 1688 em Londres, vai abrir um pólo em Bruxelas na sequência do Brexit. A empresa espera que o escritório na capital belga possa ser inaugurado no início de 2019.
Em Junho do ano passado, os britânicos, em referendo, decidiram deixar a União Europeia. Esta semana, a primeira-ministra, Theresa May, fez formalmente o pedido para que o Reino Unido deixe o bloco europeu dando assim o primeiro passo para que, oficialmente, possam começar as negociações para esse efeito. Na sequência do Brexit, as empresas britânicas e as companhias internacionais que têm sede em Londres estão a ponderar como é que podem continuar a apoiar os seus clientes europeus. Até porque, no caso das instituições financeiras, o Brexit pode significar que os bancos podem perder o chamado passaporte comunitário bancário, documento que confere aos bancos a capacidade para operar nos restantes 27 Estados-membros da União Europeia.
Ainda ontem, em entrevista à Reuters, Andreas Dombret, o principal especialista em supervisão do banco central da Alemanha (Bundesbank), avançou que muitos bancos britânicos estão a dialogar com as autoridades para mudarem-se para Frankfurt.
"Muitos bancos interessados em Frankfurt bateram à nossa porta e tenho tido muitas discussões interessantes", admitiu.
"Não espero que todos os bancos se mudem para a mesma cidade no continente. Os bancos vão certamente espalhar-se um bocadinho", acrescentou.
Apesar deste aparente interesse da banca britânica em instalar as suas operações na Alemanha, o responsável assegura que não vão beneficiar de condições especiais. "Não vamos permitir arbitragem regulatória. Poderão suplantar as regras mas não podem ter um desempenho que fique abaixo", acrescentou.