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Autoridades dinamarquesas apontam o dedo à E&Y por falha na auditoria ao Danske Bank

As autoridades dinamarquesas consideram que a Ernst & Young falhou os seus deveres enquanto auditora das contas do Danske Bank, banco que está a ser alvo de uma investigação por lavagem de dinheiro. A KPMG também está envolvida.

23 - EY – Serviços profissionais
Tory Williams
12 de Abril de 2019 às 11:11
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O Estado dinamarquês reportou à justiça que a Ernst & Young (E&Y) não terá cumprido o seu papel enquanto auditora do Danske Bank. Em causa está o caso de lavagem de dinheiro envolvendo vários países, incluindo a Estónia e a Rússia, em que a auditora internacional terá falhado na comunicação dos comportamentos suspeitos às autoridades.

Segundo a Bloomberg, uma unidade do Ministério dos Negócios dinamarquês começou a investigação à E&Y no ano passado assim que o escândalo do Danske foi sendo descoberto. Em 2014, um dos anos em que decorreu a lavagem de dinheiro, a Ernst & Young foi responsável por auditar as contas do banco dinamarquês. 

"Chegamos à conclusão de que a E&Y, por ligação à sua auditora das contas do Danske Bank de 2014, tinha conhecimento da informação [do escândalo]", avançou o Estado dinamarquês em comunicado, assinalando que, por isso, "a E&Y deveria ter conduzido uma investigação mais profunda" e informado as autoridades dinamarquesas competentes. 

Em reação, a auditora garante que a sua unidade dinamarquesa tem tido uma atitude de colaboração com as autoridades dinamarquesas desde outubro do ano passado e que "forneceu todos os documentos relacionados com a auditoria". A E&Y assegura ainda que continuará a colaborar com a justiça dinamarquesa neste caso. 

Além da E&Y, também a KPMG foi reportada por ter sido a auditora das contas de 2017 de um pequeno banco, Kobenhavns Andelskasse, que foi fechado no ano passado dada a suspeita de que seria usado sistematicamente para lavagem de dinheiro. Em sua defesa, a auditora diz que chamou à atenção de falhas nos procedimentos do banco na área da lavagem do dinheiro à gestão do banco, ao conselho de administração e às autoridades. A KPMG considera que esteve "à altura" das suas obrigações enquanto auditora.

O Danske Bank é atualmente o alvo de várias investigações em países europeus e também nos Estados Unidos. O maior banco dinamarquês foi o centro de lavagem de 230 mil milhões de dólares com origem na Estónia durante 2007 e 2015. Em novembro do ano passado, o banco comunicou ter sido alvo de acusações preliminares pela justiça dinamarquesa na sequência das suspeitas de branqueamento de capitais através do braço do banco na Estónia.

O banco é acusado de não ter verificado o cumprimento das regras internacionais por parte da unidade na Estónia, de não ter adotado mecanismos que permitissem identificar se o dinheiro se destinava a pessoas politicamente expostas, de não ter suficiente conhecimento acerca dos clientes não-residentes e, finalmente, de não escrutinar com regularidade as transacções processadas. 


O escândalo já fez estragos na vizinha Suécia com a queda da CEO do Swedbank. Em causa estiveram os 50 clientes do banco sueco que fizeram transações suspeitas de quatro mil milhões de euros nos países bálticos entre 2007 e 2015 para contas do Danske Bank.

O Swedbank inicialmente contratou a E&Y para realizar uma auditoria às transações suspeitas, mas quebrou o contrato depois da pressão pública dada a investigação dinamarquesa ao papel da auditora neste processo.

(Notícia atualizada às 11h19 com o envolvimento da KPMG)
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