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Danske Bank procura novo CEO porque o nome proposto tem falta de experiência
O CEO do Danske saiu em Setembro devido às investigações de branqueamento de capitais. O sucessor proposto estava prestes a ser chumbado pelo supervisor. Faltava experiência. O nome foi retirado.
No meio de um escândalo de branqueamento de capitais, o Danske Bank ficou sem presidente executivo e propôs um novo nome. Só que o supervisor dinamarquês rejeitou-o. Considera que falta experiência. A procura por um CEO continua no maior banco privado daquele país.
Jacob Aarup-Andersen, que já está na comissão executiva e lidera a área de gestão de fortunas, foi a escolha do conselho de administração do Danske para novo CEO, sujeita a aprovação da autoridade de supervisão financeira da Dinamarca.
Só que, revela o próprio banco no seu site, "a avaliação preliminar do supervisor é que considera o candidato bem qualificado em diversas áreas, mas também conclui que é necessária uma experiência mais prolongada, incluindo em determinadas áreas de negócio do Danske Bank".
A Dinamarca não está sob a supervisão do Banco Central Europeu (não pertence à Zona Euro), mas a nível europeu, com a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla inglesa), há directrizes gerais no que diz respeito à avaliação e adequação de membros da administração e gestão de bancos. A experiência e qualificação, a idoneidade e a disponibilidade para o exercício das funções são aspectos verificados pelos supervisores nesses processos.
Tendo em conta as considerações preliminares do supervisor sobre a experiência e qualificação, a administração do Danske Bank retirou o nome de Jacob Aarup-Andersen, de 40 anos, admitindo que os próprios sabiam que tinha experiência em algumas áreas aquém do desejado. "A administração vai continuar à procura de um novo CEO e Jesper Nielsen vai permanecer como CEO interino até ser encontrada uma solução permanente". Já há diálogo com potenciais candidatos, assume o presidente da administração, Ole Andersen, citado no comunicado.
Investigação a 200 mil milhões
O antigo CEO, Thomas F. Borgen, deixou funções no final de Setembro, com o banco mergulhado em investigações sobre branqueamento de capitais (inclusão de dinheiros obtidos em actividades ilícitas no circuito financeiro) na sua unidade na Estónia. Terão por ali passado cerca de 200 mil milhões de euros entre 2007 e 2015 e a maior parte está a ser vista como suspeita. A Bloomberg refere que há investigações em cinco países (além da Dinamarca, EUA, Estónia, Suíça e Reino Unido), já que os bancos têm de assegurar mecanismos de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
"Apesar de a investigação conduzida por uma empresa externa ter concluído que cumpri com as minhas obrigações legais, acredito que o melhor para todas as partes é que me demita", afirmou Borgen, na altura. Era suposto ter ficado em funções interinas, mas ficou depois decidido sair mesmo sem estar em funções o seu substituto. Foi aí que entrou Jesper Nielsen para CEO interino.
Jacob Aarup-Andersen seria o sucessor definitivo, mas as conclusões preliminares do supervisor colocaram aí um travão. Segundo o comunicado do Danske, continuará à frente da unidade de gestão de fortunas e na comissão executiva do banco.
As acções do Danske estão a cair 2,08% na bolsa, para 138,55 coroas dinamarquesas. As acções já recuaram mais de 40% este ano.