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CEO do Danske Bank demite-se. Escândalo de lavagem de dinheiro envolve 200 mil milhões
O presidente executivo do dinamarquês Danske Bank apresentou a sua demissão, devido a um escândalo de lavagem de dinheiro que envolve 200 mil milhões de euros, alegadamente feito através da unidade da Estónia.
Thomas Borgen, CEO do Danske Bank, demitiu-se esta quarta-feira, 19 de Setembro, no âmbito do escândalo de lavagem de dinheiro que assolou a maior instituição financeira da Dinamarca. Os números hoje conhecidos revelam que passaram pela unidade da Estónia 200 mil milhões de euros, entre 2007 e 2015, estando a maior parte das operações sob suspeitas.
"É claro que o Danske Bank falhou em cumprir com as suas responsabilidades no caso de possível lavagem de dinheiro na Estónia. Eu lamento profundamente", afirmou Thomas Borgen num comunicado, citado pela imprensa internacional.
As investigações em torno das operações do Danske Bank concluíram que o CEO, o "chairman", Ole Andersen e o conselho de administração "não violaram as suas obrigações legais", contudo, o banco está sob escrutínio depois de terem sido identificadas transacções na unidade da Estónia que terão sido usadas para "lavagem" de dinheiro.
Um relatório divulgado esta quarta-feira revelou que foram realizadas operações no valor de 200 mil milhões de euros, entre 2007 e 2015, cuja maioria está sob suspeita, de acordo com a Reuters.
O Danske Bank revelou que a investigação cobriu 15 mil clientes, que fizeram transacções num valor total de 9,5 mil milhões de euros através da filial estónia. O banco não adiantou estimativas precisas das transacções suspeitas, mas já reportou quase 6.200 clientes às autoridades dinamarquesas.
O banco revelou ainda que há "suspeitas de que funcionários na Estónia tenham ajudado ou actuado em conluio com os clientes".
"Apesar de a investigações conduzida por uma empresa externa ter concluído que cumpri com as minhas obrigações legais, acredito que o melhor para todas as partes é que me demita", acrescentou Borgen no mesmo comunicado. "Enquanto CEO, tenho a responsabilidade de gestão das coisas que acontecem no banco e, claro, assumo esta responsabilidade."
Borgen assumiu o cargo de CEO do Danske Bank em 2013 e vai manter-se no cargo até que seja nomeado um substituto.
As acções do banco deslizam 6,23% para 163,95 coroas dinamarquesas, elevando para mais de 32% a queda desde o início do ano.