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Danske Bank investigado nos EUA por lavagem de dinheiro. Acções caem quase 5%

O escândalo de branqueamento de capitais, num montante global de 200 mil milhões de euros e que envolve o dinamarquês Danske Bank está agora sob o escrutínio do Departamento de Justiça Americano.

04 de Outubro de 2018 às 10:19
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O Danske Bank admitiu esta quinta-feira, 4 de Outubro, estar a ser investigado pelo Departamento da Justiça dos EUA. A autoridade americana solicitou informações sobre as contas de não-residentes associadas à actividade do banco na Estónia, que estão no centro do escândalo de branqueamento de capitais que tem ensombrado a instituição.

Os títulos do banco estão em forte queda, perdendo de momento mais de 3%, depois de já terem tocado um mínimo de 158,60 coroas dinamarquesas, na sequência de uma queda de 4,60%. Desta forma, a instituição recua a mínimos de início de 2015, contando com uma desvalorização de 33,32% desde o início do ano.


No mês passado, o Danske escreveu num relatório interno que pagamentos no valor de 200 mil milhões de euros, dos quais muitos eram descritos como "suspeitos", foram movimentados através da unidade do grupo na Estónia entre 2007 e 2015. A polícia suspeita que os montantes envolvidos na lavagem de dinheiro ascendam a 11 mil milhões de euros entre 2011 e 2016 e uma investigação independente, contratada pelo próprio banco, indicou posteriormente que apenas num ano tinham sido branqueados 26 mil milhões de euros de dinheiro russo nesta unidade.

Na sequência da mais recente revelação, o CEO, Thomas Borgen, demitiu-se. Apesar de, inicialmente ter ficado definido que Borgen ficaria no cargo até que fosse encontrado um substituto, a administração decidiu antecipar a sua saída. Jesper Nielsen, que já tinha responsabilidades no banco, foi nomeado presidente executivo interino. Contudo, o banco já fez saber que Nielsen não ficará de forma permanente no cargo de CEO.

Paralelamente, o banco central da Estónia divulgou, também esta quarta-feira, que entre 2008 e 2017 foram registadas transacções financeiras transfronteiriças no valor de 1,1 biliões de euros – quantia que leva a que se suspeite que o dinheiro que circulou no país não esteja relacionado com a respectiva actividade económica, dado que a Estónia é um país de 1,3 milhões de pessoas e o produto interno bruto (PIB) foi de 25 mil milhões de euros, em 2017.

Este caso lança novo alerta para a fiscalização de esquemas de lavagem de dinheiro na Europa, pouco tempo após o holandês ING ter sido multado em 675 milhões de euros depois de ter admitido falhas semelhantes.

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