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Fed investiga envolvimento do Deutsche Bank em escândalo de lavagem de dinheiro

O banco alemão atuava como correspondente da unidade da Estónia do Danske Bank, que terá sido usada para operações de branqueamento de capitais em larga escala.

reuters
23 de Janeiro de 2019 às 09:09
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A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos iniciou uma investigação do Deutsche Bank para apurar o envolvimento do banco alemão no esquema de lavagem de dinheiro com o Danske Bank, naquele que poderá ser o maior escândalo de sempre nesta área.

 

De acordo com a Bloomberg, a investigação do banco central está ainda numa fase inicial e tem como objetivo apurar se a unidade do Deutsche Bank nos EUA monitorizou de forma adequada as transferências de dinheiro por parte da unidade do Danske Bank na Estónia através do banco alemão.

 

Há vários meses que o dinamarquês Danske Bank admitiu que a sua unidade na Estónia transferiu somas avultadas para o exterior do país, sendo que até 230 mil milhões de dólares poderão ter sido alvo de lavagem de dinheiro. Para estas operações, realizadas entre 2007 e 2015, o Danske Bank recorria a bancos correspondentes e o Deutsche Bank terá sido um deles.

 

Desde novembro passado que é conhecido o alegado envolvimento do Deutsche Bank neste escândalo de branqueamento de capitais com epicentro na Estónia e envolvimento de dinheiro russo.

 

Também na Alemanha as autoridades financeiras estão a acompanhar o caso, não tendo contudo sido noticiado a abertura de um inquérito formal, como acontece agora nos EUA por parte da Fed.

 

A lei norte-americana obriga os bancos que atuam na sua jurisdição a escrutinarem as movimentações de dinheiro dos seus clientes, de modo a identificarem potenciais operações de lavagem de dinheiro. Estas instituições têm de alertar as autoridades quando suspeitam de alguma situação irregular.

 

A investigação ao Danske Bank, segundo a Bloomberg, apurou que grande parte do dinheiro alvo de lavagem na unidade na Estónia era canalizado através da sucursal do Deutsche Bank nos Estados Unidos.

 

O Deutsche Bank anunciou recentemente que lançou uma investigação interna para apurar o papel do banco neste escândalo de branqueamento de capitais que rebentou o ano passado na Estónia e que está a ganhar cada vez maiores proporções. A instituição defende contudo que quando atua como banco correspondente tem uma capacidade limitada para saber quais os clientes que estão por detrás das operações.

 

A justiça dinamarquesa está a investigar o caso há vários meses, tendo avançado com acusações ao Danske Bank. O regulador do país obrigou o banco a reforçar o seu capital em 1,5 mil milhões de dólares para fazer face a potenciais indemnizações.

 

Nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça também está a investigar este caso. Na Estónia, a polícia suspeita que os montantes envolvidos na lavagem de dinheiro ascendam a 11 mil milhões de euros entre 2011 e 2016 e uma investigação independente, contratada pelo próprio banco, indicou posteriormente que apenas num ano as suspeitas apontam para que tivessem sido branqueados 26 mil milhões de euros de dinheiro russo nesta unidade.

As ações do Deutsche Bank descem 0,92% para 7,788 euros, negociando perto de mínimos históricos.

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