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BCP sofre maior queda desde Maio e já perde mais de 17% este ano

O banco português está a acompanhar o sentimento negativo do sector financeiro, penalizado pelo confronto entre Roma e Bruxelas e pelo escândalo com o Danske Bank.

08 de Outubro de 2018 às 17:27
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As acções do Banco Comercial Português (BCP) atingiram um mínimo desde 15 de Setembro do ano passado, numa sessão que voltou a ser de quedas acentuadas no sector financeiro europeu.

 

Os títulos fecharam a cair 4,11% para 0,224 euros, sendo que a queda diária foi a mais forte desde 29 de Maio deste ano, dia em que afundaram mais de 8%.

 

Nessa sessão do final de Maio foi a crise em Itália que motivou a forte queda nas acções do banco então liderado por Nuno Amado. Mais de quatro meses depois a Itália continua no epicentro das preocupações dos investidores.

 

Os juros das obrigações soberanas de Itália dispararam hoje para máximos de 2014 e a bolsa afundou para mínimos de mais de um ano, devido ao crescente tom de confrontação do Governo transalpino com Bruxelas.

 

Depois de a Comissão Europeia ter enviado uma carta para o ministro italiano das Finanças a alertar para o "desvio significativo" das metas orçamentais face ao acordado com Bruxelas, Di Maio reiterou que o défice da Itália vai mesmo aumentar. 

 

Esta segunda-feira, Matteo Salvini, líder da Liga e também vice-primeiro-ministro, acusou Moscovici e Juncker de serem os principais inimigos da Europa. 

 

Banca europeia afunda 17% em 2018

 

Esta abordagem está a aumentar os receios dos investidores, o que se reflecte nos juros de Itália, mas também nos restantes países do euro. Se a taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Itália superou pela primeira vez desde Fevereiro de 2014 os 3,5%, os juros portugueses estão a subir para máximos de Junho e a aproximar-se dos 2%. 

 

Este contexto, conjugado com a desconfiança em torno da banca, depois do escândalo que assolou o Danske Bank - que viu a sua unidade na Estónia sob escrutínio devido a suspeitas de lavagem de dinheiro - está a pressionar o sector financeiro na Europa, que é o que mais cai, elevando para mais de 17% a descida desde o início do ano.

 

O desempenho do BCP em bolsa replica perfeitamente o do sector europeu. O Stoxx Banks cai 17,5% este ano, enquanto as acções do banco português desvalorizam precisamente o mesmo (-17,5%).

 

Na sessão de hoje o índice europeu caiu 1,37% e o BCP registou a sexto pior desempenho, só superado pelos bancos italianos e pelo alemão Commerzbank.

 

As acções do banco português fecharam a cair pela terceira sessão consecutiva (nas últimas sete só subiu por uma vez) e estão a agora a negociar em mínimos de mais de um ano. A capitalização bolsista está agora nos 3,39 mil milhões de euros, quase metade da quarta cotada mais valiosa da bolsa portuguesa (a Jerónimo Martins tem um valor de mercado de 7,23 mil milhões de euros). Atrás do BCP, a uma distância inferior a 400 milhões de euros, surge a Navigator com uma capitalização bolsista de 3,3 mil milhões de euros.

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