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Maior banco privado da Dinamarca enfrenta turbilhão de reprimendas

O Danske Bank foi acusado pelo supervisor dinamarquês de não ter implementado as regras de combate ao branqueamento de capitais na Estónia. O caso já conta com demissões. E o banco tem de aumentar capital para cobrir os riscos reputacionais.

Reuters
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O Danske Bank foi alvo de oito reprimendas por parte do regulador dinamarquês. O maior banco do país foi incapaz de implementar medidas de combate ao branqueamento de capitais na relação com a sua unidade na Estónia, e nem cumpria a lei dinamarquesa que o obrigava a ter um funcionário responsável por aquela área. O banco admite que falhou. E terá de deter capital adicional para cobrir os riscos reputacionais.  

 

Em causa estão denúncias feitas a erros nos procedimentos do Danske Bank, especial o facto de, mesmo sabendo de eventuais riscos de branqueamento de capitais, não ter travado operações duvidosas. O banco não cumpria, também, a lei dinamarquesa ao não ter um funcionário responsável pela área de combate à entrada no sistema financeiro de dinheiro com origem em actividades ilícitas.

 

Num comunicado emitido esta quinta-feira, 3 de Maio, o regulador dinamarquês, FSA, elenca as falhas da gestão e do controlo do banco, mas refere que há questões que estão sob a supervisão do seu congénere na Estónia e sobre as quais não se pronuncia. Mas tirou um leque de conclusões. 

 

"A inspecção deu lugar a oito determinações e oito reprimendas. Contudo, o FSA dinamarquês reconhece que o banco fez inúmeras melhorias nas áreas de combate ao branqueamento de capitais e de compliance nos últimos anos", sublinha o documento do regulador.  

Uma das medidas que o banco tem de implementar é a de deter mais capital para cobrir os riscos reputacionais e de compliance - esta última é a área de um banco que tem de assegurar a conformidade com as normas e lei. As estimativas iniciais do regulador falam em "pelo menos" 5 mil milhões de coroas dinamarquesas (em torno de 670 milhões de euros ao câmbio actual) que o banco terá de ter em capital adicional.  

 

O banco admite que fez "muito pouco, muito demoradamente". "Concordamos que devíamos ter percebido a profundidade e a abrangência dos problemas na Estónia numa fase mais inicial e devíamos ter reagido mais rápida e mais eficazmente", comentou Thomas F. Borgen, o presidente executivo, num comunicado colocado no site oficial do banco.

 

Não há conclusões em relação ao processo de avaliação e adequação dos administradores em funções. Mas o banco está a fazer duas investigações internas ao caso. "As investigações em curso no banco podem trazer informação adicional, que poderá levar a novas avaliações e a uma reacção de supervisão", alerta, contudo, o FSA. 

 

Contudo, já houve demissões. No regulador. Henrik Ramlau-Hansen, presidente da administração do regulador, deixou o cargo. "Como antigo membro da gestão do Danske Bank, reconheço a minha quota de responsabilidade. Não quero que, de alguma forma, a minha posição como ‘chairman’ do FSA tenha qualquer papel na discussão futura" do tema, assinala o comunicado emitido em separado e citado pela Bloomberg. 

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